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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: DUAS DO BREJO! Em recente acontecimento festivo e literário na vizinha cidade de Francisco Sá, Mário Pena, digno alcaide daquela urbe, disse que o “Brejo” é, na verdade, o bairro mais chique de Montes Claros... A bem da verdade, o bom e festivo povo brejeiro ajudou e muito a construir a nossa história. As nossas letras, a vida literária e a arte, muito devem ao “savoir faire” da família Silveira, dentre muitas outras igualmente ilustres, que podem ser citadas. O Brejo das Almas, e o seu povo, têm a sua mística própria, seu “modus vivendi”. Antigamente, no tempo do Romantismo, o bom brejeiro macho era tomador de cachaça, farrista, mestre nas cartas que rolam no pano verde da campista e tinha uma ou duas “quenga”, por conta, com casa alugada e montada, tudo o mais, de acordo com o figurino... Nesse moderno mundo globalizado e flexível aos costumes, o brejeiro continua sendo cabeceira em tudo. Somente a sua “quenga”, quando a tem, hoje vive em casa da família, ou barracão alugado pelo amante. São as adequações da modernidade financeiramente opressora. Nascer no Brejo é ser feliz longevo e viver na larga da vida, sem cancela e desprovido de preconceitos campesinos. O que me lembra o meu saudoso amigo Gera Capa de Revista. Um mestre do bem viver! Conta-nos a história, que o bom brejeiro Zé Batoco tinha a sua quenga por conta. A mesma, cansada do bafo de cachaça e do ronco de bêbado, acordou com a pá virada, apanhou a cachorrinha e veio assentar praça na rua Lafaiete, o oráculo montes-clarense da lascívia. Cedo aprendeu as artes de alcova e o kama-sutra tropical, com as mariposas cariocas que por aqui faziam vida. Confirmando o dito do sábio Hesíodo que afirma: “a natureza erótica das mulheres é a origem do seu caráter enganador” Zé Batoco, com uma ponta de saudade e a testa coçando muito, inventou negócios em Moc City e veio ver de perto a sua ex-gata, que por aqui virou artigo de luxo. Enciumado, apanhou na marra a sua prenda e a levou de volta para o bom Brejo das Almas, para a sua alcova tropical, de onde ela nunca deveria ter saído. Os amigos, invejosos da sua boa vida, zombavam do fato dele ter ido buscar a sua amante de volta na zona boêmia de Montes Claros. Zé Boteco retrucava afirmando que tinha “era lucrado”, pois que com o estágio no cabaré da terra de Figueira, ela, além da sempre disponibilidade, fizera um “curso de aperfeiçoamento e aprimoramento em certas coisas”, pois havia aprendido algumas novidades luxurientas especiais da modernidade, algumas até importadas da França, todas elas de fazer gosto... Já Ataíde Silveira, emérito violeiro da Folia de Reis e que gostava de afirmar: “sou Siliveira Pimenta e só enfrenta quem agüenta andava com o seu facão guarani na bainha, um dia encheu o quengo de gole e foi dançar e prevaricar no Rancho Lua, onde passou a noite. Acordou de ressaca e voltou para casa sendo barrado pela patroa, que o escorraçou. Irritado, apanhou a matula e disse que iria morar no Mato Grosso. Na estação ferroviária daqui da terra de Figueira, o trem demorou tanto que o efeito da bebida passou e ele, arrependido, voltou para casa. Pediu perdão à cara-metade e retornou à sua vidinha de tomar gole de leve... No dia da tradicional “Queima do Judas”, o leitor do conhecido “Testamento do Judas”, em versos, improvisando, perguntou ao compadre Ataíde “o que é que ele viu no Mato Grosso?” Irado com o agulhão recebido, Ataíde queimou no golpe e respondeu também em versos, por cima do pedido e numa rima rica: “No trem que partiu, o que eu vi foi a P.Q.o Pariu!”.

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