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Mensagem: Muitas perguntas sem resposta nesta tragédia que matou uma criança e dois jovens, todos irmãos, no Feijão Semeado, localizado perto do Parque de Exposições, no antigo Alto de São João – um dos primeiros bairros de M. Claros. Em dois minúsculos quartos, de 3 metros por 2, no andar superior de um sobrado pintado com o escudo do Atlético mineiro, dormiam seis crianças. Os gritos de socorro foram ouvidos por volta de uma e trinta da madrugada, quando o pai – dormindo no andar de baixo – acordou com o grito e as chamas já altas. Não fica bem explicado por que precisou quebrar paredes para socorrer os filhos, assim como fizeram vizinhos acordados na noite. Para ampliar o drama, dormia no quarto, com as demais crianças, uma mocinha de 15 anos, que é paraplégica. No relato dos Bombeiros, eles agiram com presteza, chegando em 4 minutos, mas a tv transmitiu entrevista de vizinho dizendo que a demora foi grande - de 40 minutos. O fato é que 3 irmãos, de 3, 12 e 14 anos, um menino e duas meninas, morreram e quatro ficaram feridos, um em estado muito grave. A causa do incêndio teria sido um ventilador e um computador ligados na mesma tomada, na noite calorenta. Um voluntário no socorro às crianças chegou a cair da marquise, quando ajudava a retirar as crianças sitiadas pelas altas labaredas, que imprimirem forte mancha de fuligem na parede externa do sobrado, no segundo andar. (É preciso avaliar o trabalho deste voluntário, e depois incluí-lo merecidamente nas muitas homenagens que se multiplicam pela cidade, por variados títulos, e que quase nunca contemplam os heróis anônimos da anônima vida.) Magda, a mãe de 3 das crianças, uma das quais morreu (as outras duas estão hospitalizadas), morava com o pai, Joanes Martins Pereira, pai de todas elas. O empenho do pai para salvar os filhos foi desesperado – disseram algumas pessoas. Era comum o ventilador permanecer ligado durante a noite, para atenuar o calor e para fazer dormir a filha paraplégica, que adora música. Quase tudo, dentro da casa se perdeu no fogo – camas, roupas, sapatos, móveis. Uma tragédia desta proporção precisa ser minuciosamente examinada nos seus muitos aspectos, dos quais o alegado atraso no socorro é um item, que precisa mesmo ser esclarecido. Se houve o atraso, que se apurem as causas; se não houve, que um pedido de desculpas seja feito. O que não pode é que uma tragédia destas proporções apenas sirva para engordar estatísticas, anotações no papel, que vão perdendo credibilidade. E que se calam diante da dor da tragédia. É o mínimo que pode ser feito.
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