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Mensagem: E dezembro chegava. O fim do ano letivo no Colegio Imaculada era marcado por festividades que prenunciavam a chegada do Natal. Começavam os preparativos na nossa casa, com a preparação do presépio (igualzinho contaram em mensagem anterior: pó de carvão e purpurina nos jornais velhos para arquitetar o morro e a gruta; arroz plantado verdinho; espelho quebrado para fazer o lago, cercado de areia branquinha; o musco para trazer o verde e a purpurina para fazer brilhar... hum, que saudade. A música vinha das pastorinhas da Dona Argelina e sua filha Lia, que faziam a gente ensaiar todos os dias para nos apresentar melhor que as pastorinhas do Seu Pedro Miranda (mas ele sempre vinha com sua charrete linda...) lá da Malhada dos Santos Reis. E tinha as idas até a Malhada para rezar na capelinha: a ida a pé, passando pela mangueira de criação de porcos do papai, nas terras do João Souto, onde a gente derrubava genipapos deliciosos para fazer licor; depois pela Corrente do Estado; pelas mangueiras da casa do Seu Higino; o Pai João, nesta época quase sempre cheio, mas que a molecada enfrentava e atravessava sem medo, segurando os sapatos amarrados na ponta de uma vara (bordão) que nos permitia marcar o espaço do pontilhão... E era preparar os chapeus de palha e ohocalho feito de tampinhas amassadas (que saiam da coleção onde a Leão do Norte valia mais...) e pregadas em um pedaço de pau de vassoura. E tudo enfeitado de fitas coloridas. A roupa branca do terno de pastores até fazia lembrar as dos catopês... Os canticos lembravam o Natal: ´viemos adorar, viemos adorar, viemos de tão longe para o Menino adorar...´. Era o que hoje se chama de um Auto de Natal: verdadeiro, puro, juvenil. Depois da cantoria e da danças trançadas: ´Pastores, vamos embora, que a madrugada já vem; a pocura de nossas cabanas, que lá não ficou ninguem... Adeus, Deus Menino, nascido em Belém; Adeus Deus Menino, adeus nosso bem; Alegres viemos, contentes voltamos, pois do Deus Menino saudades levamos...´. E como as carregamos até hoje, já que longe desta cidade que ´entre hosanas de alegria, celebra com brilho novo, a glória da eucaristia...´
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