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Mensagem: DUAS PROSAS COM PROFESSOR DÃO O notável e saudoso intelectual tupiniquim, o professor Pedro Santana, sempre que podia marcava dois dedos de prosa com o seu colega, o professor Dão. Desses encontros, tocados pela marca da alegria, saiam sempre alguns trocadilhos. Certa feita, Santana convida Dão para tomar assento à mesa do Bar do Nelson Vilas Boas, seu quartel general, ponto de apoio, convidando-o para degustarem uma cerveja Pilsen casco verde. Professor Dão sempre muito espirituoso pergunta a Santana já respondendo indiretamente: quem tem bunda alugada, pode tomar assento? Santana o convida, então, para a festa a ser realizada, comemorativa do seu suposto noivado. Dão agradece e fala: você pode fazer a festa do jeito que você quiser. Para mim, peço reservar uma gamela de capim. Demonstrando, assim, a sua certeza de que noivado daquele seu colega de profissão jamais aconteceria... O notável engenheiro e historiador Simeão Ribeiro Pires, de certa feita partiu em missão juntamente com o professor Dão, para uma viagem de estudos em Barra do Guaicuí. Visavam pesquizar e localizar a sepultura do bandeirante Borba Gato. Era a noite da passagem de ano de 1970 e estando eles na cidade de Pirapora hospedaram-se no luxuoso hotel Internacional, localizado na Praça Cariri, no centro. Na época, de propriedade de Pedro e dona Odália. Tarde da noite, Simeão acorda com ruídos vindos da rua. Pela janela, constata que um grupo de jovens empurrava a sua caminhonete Rural Willys que estava estacionada em frente ao hotel. A dupla de estudiosos desceu para a rua em trajes menores empunhando revólveres e botaram para correr a turma de notívagos que, na verdade, executava uma tradição daquela cidade. Por falta de criatividade e de outras atividades festivas e culturais, aqueles jovens apanhavam tudo que podiam encontrar pela frente naquela noite e, em seguida amontoavam no pirulito da praça. Executavam a brincadeira com tal arte que a pilha de objetos, incluindo veículos sobreposta e trançada, às vezes, levava de um a dois dias para ser desmontada. Certa feita, Simeão Ribeiro e o professor Dão foram ao município de Joaquim Felício, onde empreenderam uma busca mato adentro, no lombo de burros, em busca de encontrar indícios da antiga fazenda de Manoel Nunes Viana. O tempo era chuvoso e estavam todos os dois cobertos de lama até os chapéus. Foram até à cidade para adquirir mantimentos e continuar a busca. Era o dia sete de setembro, e ao passarem pela praça principal de Joaquim Felício, o prefeito discursava no palanque quando avistou e reconheceu os dois pesquisadores. Chamados ao palanque em lugar de destaque permaneceram como dois espantalhos ao lado do prefeito e das demais autoridades presentes à solenidade, já que estava besuntada de lama dos pés a cabeça.
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