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Mensagem: Multiplicação do patrimônio - Alessandra Mello - O prefeito de Pirapora (Norte de Minas), Warmillon Fonseca (DEM), de 56 anos, ganhou seus minutos de fama nacional ao se recusar a receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o roteiro dele pelo Rio São Francisco, em outubro passado. Prefeito “profissional”, ele exerce seu quarto mandato consecutivo. De 1997 a 2004 ele chefiou o Executivo do município de Lagoa dos Patos. No ano seguinte passou a comandar a vizinha Pirapora. Foi reeleito ano passado e é hoje um dos prefeitos há mais tempo no poder no país. Nesse período, segundo ele próprio informou à Justiça Eleitoral, seu patrimônio passou de R$ 5 milhões para mais de R$ 30 milhões. Warmillon é um dos prefeitos mais ricos do Brasil, mas está também bastante enrolado com a Justiça. Ano passado, informou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 31,4 milhões, a maioria em imóveis. Responde também a uma centena de ações na Justiça, sendo que 13 delas são relacionadas a atos de improbidade administrativa durante sua gestão em Lagoa dos Patos e Pirapora. Tantos bens, além de divergências entre as declarações prestadas à Receita Federal e a Justiça Eleitoral, levaram o Ministério Público a abrir dois inquéritos para investigar sua evolução patrimonial e também possíveis crimes de lavagem de dinheiro, como o uso de laranjas para ocultação de bens. Um desses procedimentos tramita na Procuradoria de Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais. O outro está a cargo do Grupo Especial de Proteção ao Patrimônio Público. Os dois correm em sigilo por causa de informações confidenciais fornecidas pela Receita Federal e instituições bancárias. A sobrinha do prefeito, a fonoaudióloga Anne Fonseca Braga de Carvalho, de 29 anos, também é alvo de uma investigação a cargo da Promotoria de Justiça do Estado em Montes Claros, aberta a pedido da Justiça do município, por causa de um processo de execução que tramita contra o prefeito na comarca. A solicitação foi feita pelo juiz Danilo Campos, que também encaminhou a documentação com pedido de apuração para a Receita Federal. Bens declarados em 2004 por Warmillon em sua relação apresentada ao TRE-MG estavam registrados em nome de Anne, filha de Veronice Fonseca Braga de Carvalho, irmã de Warmillon. Eles foram adquiridos entre 1998 e 2002, quando a compradora ainda era estudante universitária e, segundo a própria declaração de Warmillon ao TRE-MG, valiam na época cerca de R$ 2,5 milhões. Outro detalhe interessante é a declaração de um fazenda localizada em Catolândia, no interior da Bahia, que não foi encontrada pela Justiça. Warmillon indicou a fazenda para o pagamento de uma dívida com uma empresa paulista de fertilizantes, mas o imóvel não foi localizado até hoje. Apesar de haver registro de sua existência no cartório da Comarca de São Desidério, o imóvel, que se chama Fazenda Tropical, até hoje não foi localizado. Na declaração de bens de 2004, constam duas fazendas de nome Tropical: uma em Catolândia e outra em Desidério, cidades baianas vizinhas. Variação grande Nas declarações de bens apresentadas ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) nas eleições que disputou, Warmillon revelou uma grande variação no seu patrimônio, que se multiplicou ao longo dos anos. O valor declarado em 2008 pelo prefeito ao TRE-MG é seis vezes maior do que a quantia informada em 1996 , quando ele disputou sua primeira eleição, em Lagoa dos Patos. Nessa época, ele informou, por meio de uma declaração datilografada e assinada, bens no valor de R$ 5,1 milhões. O maior patrimônio vinha de cinco fazendas, de cerca de 100 alqueires ao todo. A declaração de bens é uma exigência da Justiça Eleitoral para todos os que postulam cargos eletivos de qualquer natureza. Na disputa por mais um mandato em Lagoa dos Patos, em 2000, seu patrimônio caiu drasticamente para R$ 204,06 mil. A declaração de bens nessa época foi feita por meio de uma cópia da declaração de Imposto de Renda, referente ao exercício de 1999. Na disputa seguinte, dessa vez quando tentava o primeiro mandato em Pirapora, os bens voltaram para a casa dos milhões. Nesse ano, ele apresentou como declaração de bens um documento digitado e assinado por ele, onde relacionava um patrimônio de R$ 38,6 milhões, a maioria também em bens imóveis, como fazendas, lotes e lojas, apartamento, casa e também dois postos de gasolina. Parte desses bens estava registrada em nome de sua sobrinha. Já em 2008, sua declaração de bens mostrou recuo em relação a 2004. Segundo o documento que pode ser consultado no site do TRE-MG, o patrimônio dele passou para R$ 31,4 milhões. Essa declaração pôs Warmillon no ranking dos 50 candidatos a prefeito mais ricos do Brasil e na lista dos 10 mais de Minas Gerais em 2008. Crescimento patrimonial - Bens declarados por Warmillon Braga em anos eleitorais 1996 R$ 5,1 milhões declaração datilografada e assinada 2000 R$ 204, 06 mil cópia da declaração de Imposto de Renda 2004 R$ 38,6 milhões declaração digitada e assinada 2008 R$ 31,4 milhões declaração digitada e assinada Para prefeito houve apenas um equívoco - O prefeito de Pirapora, Warmillon Fonseca Braga (DEM), disse no fim do ano passado que não existe qualquer variação em seu patrimônio pessoal e que as diferenças constantes em suas declarações entre 1996 e 2008 são em razão de uma mera atualização de seus bens. %u201CEu já tinha esse patrimônio antes de entrar para a vida pública. Sou um empresário do setor de produção agrícola, pecuária, agricultura e comércio%u201D, afirmou na ocasião. Warmillon admite apenas que houve %u201Cum equívoco em sua prestação de contas ao TRE em 2004%u201D. De acordo com o prefeito, seu advogado relacionou como seus alguns bens que estavam registrados em nome de sua sobrinha Anne, filha de Veronice Fonseca Braga de Carvalho. %u201CHouve isso, mas já foi feito uma retificação. Os bens meus são meus e os delas, dela. Não existe vínculo%u201D, frisou. Quanto à ações de improbidade administrativa nas quais figura como réu, o prefeito garante que todas estão encerradas. %u201CTenho apenas uma em Lagoa dos Patos em que afirmava que deixei de aplicar apenas 8% de recursos da Funasa para construção de banheiros. Não é verdade. Levei toda a documentação comprovando a correta aplicação e resolvi a questão. O que houve foi uma análise antes da conclusão da auditoria%u201D, disse Warmillon. Para o prefeito, as suspeitas são ultrapassadas e todos já foram explicadas. %u201CSe houvesse uma única suspeita contra mim, não estaria no cargo. Sou o único prefeito no país que está no cargo a quatro mandatos%u201D, conclui.
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