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Mensagem: Um jurista mineiro no Sul Manoel Hygino - Jornal ´Hoje em Dia´ No Palácio do Governo, na praça mais republicana de Florianópolis, examinou o jornalista e pesquisador as vias antepassadas, e do antepassado, cuja descendência rumou diretamente para o Rio Grande do Sul: sua filha se casou com o general Flores da Cunha, uma lenda no Sul, mercê de sua atuação com líder político, tendo exercido a chefia do governo. O antigo Palácio, o mais belo edifício da cidade, é hoje o solene e merecido Museu Cruz e Souza, homenagem ao homem negro que foi, e é, um dos maiores poetas simbolistas do Brasil. Mas não deixa de guardar as relíquias e as lembranças dos seus homens públicos. Bem atrás no Palácio, belíssima e humilde Igreja de São Francisco de Assis, supostamente frequentada pelo antigo conterrâneo mineiro, e onde o jornalista amigo ´pediu por todos nós´ em oração. Voltando a Gonçalves Chaves, foi, segundo o jornalista, o filho de Montes Claros que mais altas posições alcançou. Além de governador de dois estados na monarquia, foi presidente da Câmara Federal, senador da República, diretor da Faculdade de Direito de Minas Gerais, hoje da UFMG, senador estadual. Newton Prates o resumiu, em 1957: ´Grande figura de seu tempo pela inteligência e pela cultura, foi um líder político respeitado e de largo prestígio, um mestre do Direito´. Quando sofreram os conservadores em Montes Claros um abalo político extraordinário, Chaves foi nomeado, em maio de 1879, presidente da Província de Minas. Então, a Câmara do município enviou a sua Majestade ofício em que ressaltava o acerto e se congratulava com os mineiros ´pela felicidade que devem contar em breve porvir´. Naquele período, teciam-se os fios do futuro. Enquanto mineiros atuavam no Rio Grande do Sul, os gaúchos vinham. Os Dorneles, ligado a Tancredo, entre eles. Getúlio era Dorneles. Flores da Cunha, nascido em Uruguaiana, bacharel em Direito e general do Exército, abria caminhos. Representou o Ceará e o Rio Grande como senador, já em 1930, foi deputado federal e senador. Atravessou o século, pois - nascido em 1880 - só viria a falecer em 1956. Casado com a filha do magistrado ilustre, chegou à metade de nosso século. Foram estreitos os laços de Minas Gerais com o Sul. Desconheço a existência de alguma tese ou dissertação de mestrado a respeito. É uma pesquisa que exigirá muito tempo, porque as fontes são amplas e dispersas. Como sempre. Os mineiros participaram da Revolução Farroupilha. Leia-se a atuação em muito livro de Sóter Couto, ora editado, por segunda vez, graças ao filho, Lomelino Ramos Couto. Quando se fundou Belo Horizonte, logo para cá correu o coronel Emídio Germano, comerciante, que, no Rio Grande do Sul se encontrava e para cá se trasladou, um dos fundadores e provedores da Santa Casa. Quem visitar Pelotas, em sua bela praça central, encontrará o bronze de ilustre diamantinense. Foi figura de proa nos movimentos de independência, tendo ocupado os mais altos do governo provisório, com Domingos José de Almeida e Silva. São fatos a que os mineiros não dão maior atenção, embora não se negue o descobrimento de Minas que ora se faz, em parte por esforço acadêmico. Mas, esforços isolados, de alto custo, são também desenvolvidos. Por exemplo. Em 21 de janeiro do ano passado, recebi do brilhante jornalista Paulo Narciso, espírito de escol, uma comunicação informando que estivera em Santa Catarina. Era a segunda vez em um ano, para escarafunchar alguma coisa sobre o nosso Antônio Gonçalves Chaves, tio do advogado, poeta e seresteiro João Chaves, de Monzeca, o celebrado e querido jornalista Hermenegildo Chaves. Para Paulo Narciso, Antônio Gonçalves Chaves é o maior nome da história de Montes Claros, governador de Santa Catarina, por dois anos, e também de Minas Gerais. Notável humanista, Ruy Barbosa o chamava de ´meu mestre´, tendo propiciado notável contribuição ao Código Civil Brasileiro, do grande Clóvis Bevilácqua. Paulo não foi sozinho a Florianópolis. Sendo seu filho descendente colateral do jurista Antônio Gonçalves Chaves, sobrinho tetraneto, pois, do governador do Império, levou-o consigo para perseguir as pegadas ancestrais.
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