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Mensagem: MERCEDÃO! Bastante alto, corpulento, agigantado, ajumentado e pesadão. Braços longos, musculosos e descomunais terminados em mãos que pareciam um aríete. Os nós dos dedos se assemelhavam a gomos de martelo. Borracheiro da empresa Tyresoles, ao lado da Praça de Esportes. Seu nome: Mercedão. Vivia se exibindo no cotidiano do seu labor escorraçando os seus colegas de trabalho, disputando a comissão por serviço prestado, apanhando um pneu montado de carreta com uma só mão. Era um Golias atrapalhado e teatral. Um valentão exibido e bazofista. Diariamente, após o fim do trabalho como borracheiro enchia a cara da “maldita” nos botecos e lupanares da baixada e no Beco do Marimbondo onde era o rei da noite. Falava em alto e bom som de suas “brabezas” e feitos para um sempre presente e fiel galera de psicóticos e defasados sociais, fãs que o acompanhavam na noite e o observavam durante o dia e o aplaudiam. Em uma manhã de cão e já estando bastante alcoolizado e de ressaca da noite anterior, se exibia em um bar para o deleite de uma dama da noite que fazia ponto na boate Maracangalha. Por qualquer motivo distribuía ´catiripapo´ a torto e a direito, nos freqüentadores da casa. Como lá ninguém reagia, ele passou para a via pública e dando prosseguimento à sua bazófia escorraçava pedestres, um dos quais chamou o sargento Bonfim que, a paisano e estando desarmado, fazia compras em uma casa de peças próxima. O policial militar antes da abordagem, conhecedor da potencialidade agressora do meliante, solicitou ao comerciante telefonar para a Polícia buscando reforço à sua ação, pois previa confusão pesada, já que a platéia de curiosos aplaudia a iminente ação retaliadora, visando um final cinematográfico e sangrento. Maliciosamente, os comerciantes solicitados não moveram uma palha visando proporcionar um possível final trágico para o Mercedão, já que a sua presença não era desejada naquela área comercial. O valentão estava agredindo um passante, quando o sargento lhe deu voz de prisão. O militar estava no lugar e na hora errados. Mercedão vendo ali a sua maior glória, como destemido que era empurrava o militar e o lançava contra as paredes, tudo sob os aplausos da galera que se deliciava com o cheiro de morte anunciada! O meliante tomou a Avenida Armênio Veloso rumo à sua moradia na Malhada Santos Reis, na época, um reduto inexpugnável de valentes. Dado à péssima fama do bairro, ninguém de sã consciência ousaria entrar ali sem ser convidado. Lá, o buraco era mais embaixo, de uma tribo com regras e leis próprias. A todo o momento Mercedão batia os pés no chão e ameaçava correr rumo ao militar o que provocava um verdadeiro “frisson” na galera de curiosos aumentada a cada quarteirão. Quando percebeu que o valentão cruzaria a ponte de madeira entrando para o seu reduto maldito, o militar entrou ´nos finalmente´ e tomou a iniciativa conclusiva. Mandou o bazofista parar e se engalfinhou com o mesmo. No princípio da luta, Mercedão dava murros teatrais, ainda gozando da vítima graças à sua superioridade física. Logo os dois corpos bateram no corrimão da ponte e foram parar na areia do leito quase seco do riacho com seu xirirí de água. Silencio sepulcral caiu sobre a multidão! O anjo da sorte girou a roda da fatalidade e o sargento Bonfim, ao cair juntamente com o provocador dentro do riacho, deu com a mão direita em uma pedra de bom tamanho e, empunhando-a, acertou uma ´traulitada´ na testa do gigante. Minha gente, “foi pá e bosta!” Mercedão, o valentão desmaiado, agora ´peiado´ com cordas foi conduzido arrastado pela avenida até a chegada de uma viatura policial, que o trancafiou na cadeia.
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