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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 30 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Afff! Ontem, terça-feira, depois de passar no escritório do Leo e Hélio Ogando e ter pedido ao Matheus pra desligar o pc que usara, me despedi do Thadeu e esperei pelo Sam, amigo vizinho necessitando de atestado médico para seu caso de zica ou dengue. Providenciei. Em seguida encontrei Dalton Melo. - Cabs, Cabs, há quanto tempo? Vamos tomar uma. Ele já estava tomando. Declinei do convite. Relembrei a ele que eu e JK só bebíamos ao por do sol. Questão de higiene. Lamentou. Abraços. Como vai dona Olívia? Nos despedimos tristemente. Chequei o Pateck Philippe. 18:15. Fui em Junim. Bom papo, pão de queijo, cafezim. - Fica mais, tá cedo. Resolvi partir. Realmente estava muito cedo. No caminho para casa decidi passar pela Matriz. Tenho amigos lá. Amigos de fé. Batata! Lieta e Mercau se achavam no banco de sempre. Cumprimentei os jovens senadores e logo saímos para comemorar a minha longa ausência. Cerveja, pinga, espetim e guaraná pra mim, eis que o celular de Lieta toca. Petrônio Braz nos convocando a outro bar ali perto. Bar da Ana, antigo Joaquim. Estritamente familiar. Recomendo. Bem, em lá chegando, o professor Petrônio me inquiriu sobre a última resolução do Supremo. Prisão após condenação em segunda instância. Dose. Ele contra. Não me manifestei. Papo curto. Petrobraz estava matando reunião do seu querido Rotary. Ah, estivera lá, foi fotografado e publicado no FB, mas, como bom menino que é, fugiu para os amigos. Tomou uma e voltou ao seio da seita. KKK. Com a deserção de Petrônio a turma se dispersou. Lieta foi ver novela, Mercau tomou o rumo de casa e eu peguei a reta para a minha. Subi a Santa Maria. No Skema Kent parei. Entrei. Revirei os jornais do dia. Nada interesante. Tomei um cafezinho. Não acessei o wi-fi, como de costume. Acendi um cigarro e ia saindo quando ouvi, ou me pareceu ter ouvido: - Cabaret! Olhei em volta. Não identifiquei de onde viera o chamado. Segui em frente. - Cabaret! Não sei quem foi e talvez nunca venha realmente a saber. Mas me dirigi até a mesa do desconhecido. Isso acontece. Li, certa vez, não sei onde, uma definição simples de celebridade. Muito simples. Você se torna uma celebridade quando é conhecido por mais pessoas do que você conhece. Complicado? Nada. Eu conheço cem pessoas. Mil me conhecem. Sou celebridade. Cumprimentei o rapaz que estava de pé e quase me abraçou. Na mesa, uma moreninha tímida e graciosa ao extremo. Namorada dele. Pensei em apenas cumprimentar o jovem casal, mas ele me intimou a sentar. Cheguei a ensaiar uma retirada clássica do velho estoque, mas o velho Johnnie Walker olhou pra mim e me aquietou. - Cabaret, disse o jovem, há quanto tempo? - Eh, respondi mecanicamente. - Garçom! chamou ele. Garçom. Palavra mágica. Veio o Edmundo com copos e gelo. - Cabaret, cara, cadê Buts? Buts é meu querido irmão Henrique. Me senti mais à vontade. Pelo menos o cara nos conhecia. Fui tomado por um sentimento de ternura pela mocinha. Lindinha. Mas eu não pensava em nada que os leitores talvez estejam pensando. O rapaz foi ao banheiro. Perguntei a ela: - Você é daqui? - Sou e não sou. - Como assim? - Nasci aqui. Mas fui criada em Brasilinha. Meu pai é de lá. Mas estou de volta. Moro com meus avós no São José. Faço Direito na Unimontes. O namorado voltou. Saíra meio afogueado. Voltava de rosto lavado. Dera uma sacudidela no semblante. Mal chegou, chamou Edmundo. Pediram filé à parmegiana. Eu não quis comer. Uísque, sim, dois dedos mais. O retorno do rapaz azedou o encontro. - Cabaret, disse ele, confesso que não curto rock. Sou chegado ao funk e ao sertanejo universitário. - Oh, uma pena, lamentei. Cada qual tem o seu gosto, mas não curto essa onda aí. - Cabaret, outro dia me enviaram uns vídeos. Você tocando com uns meninos. - Kkk, sim, os Bad Boys. - Mas, Cabaret, você deve ter uns sessenta, neh? - Um pouco menos, por quê? - Nada não, mas você não acha que está meio velho pra tá tocando com aqueles moleques? Pergunta normal. Aceitável. Mas não sei por que cargas d`água respondi: - Meu querido, você disse há pouco que ama cavalo, beija cavalo etc e tal. Eu amo gente. E gente que gosta de rock, preferencialmente. Passar bem. Peguei o copo e saí. - Cabaret! Cabaret! Não olhei para trás. Nota: Dedico esta crônica ao amigo Kakau Guedes, falecido na madrugada desta terça-feira, 24 de fevereiro de 2016. Coincidentemente, o dia do falecimento de meu pai, em 1982.

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