Noticiado: Estados Unidos têm interesse na Base Aérea de Natal, que foi o segundo aeroporto mais movimentado do mundo durante a Segunda Guerra Mundial, vital na vitória aliada. (Aeroporto de Fernando de Noronha viria em seguida)
Domingo 25/05/25 - 9h51Noticiado no Brasil:
Diplomatas adiantam que o governo dos Estados Unidos cogitaria ter acesso e uso do Aeroporto de Fernando de Noronha e da Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, em Parnamirim.
O argumento utilizado baseia-se no conceito de "direito histórico de retorno operacional", fundamentado nos investimentos realizados pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, nas citadas instalações.
HISTÓRICO
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil teve papel estratégico no conflito ao ceder bases militares aos Estados Unidos, sendo as mais relevantes a Base Aérea de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, e o aeroporto de Fernando de Noronha.
Parnamirim, localizada próximo a Natal, ficou conhecida como “Trampolim da Vitória”, pois servia de ponto de partida para aeronaves que cruzavam o Atlântico rumo à África, ao Oriente Médio e à Europa.
A localização geográfica da base reduzia consideravelmente o tempo e a distância dos voos transatlânticos, o que foi essencial para o abastecimento das tropas aliadas.
Os norte-americanos construíram e ampliaram a infraestrutura local, trazendo equipamentos, pistas de pouso modernas e instalações militares.
Tropas dos EUA e do Brasil atuaram em conjunto, reforçando a cooperação entre os dois países.
Parnamirim se transformou na segunda base aérea mais movimentada do mundo naquele período, superada apenas por Nova York.
Já o aeroporto de Fernando de Noronha também foi utilizado pelos Aliados como base de apoio e vigilância. Sua posição estratégica no meio do Atlântico Sul permitia o monitoramento de submarinos alemães (U-boats) e facilitava o patrulhamento marítimo da região.
A ilha foi fortemente militarizada, abrigando radares e sistemas de comunicação fundamentais para a proteção das rotas navais entre América e Europa.
Esses dois pontos geográficos foram cruciais para a logística de guerra, consolidando o papel do Brasil como aliado dos Estados Unidos e abrindo caminho para uma colaboração militar que reverbera até hoje. Ainda hoje, os investimentos feitos na época servem de base para reivindicações norte-americanas, como o chamado "direito histórico de retorno operacional".
O mesmo tipo de alegação foi utilizado pelo governo Trump em relação ao Canal do Panamá, recentemente .
Fernando de Noronha é considerado um ponto estratégico para vigilância no Atlântico Sul, funcionando como uma base avançada para instalação de sensores e equipamentos de inteligência. J
á a Base Aérea de Natal é vista como um hub logístico para operações transcontinentais, compatível com aeronaves de grande porte e drones militares, além de servir como ponto de apoio para operações na África Ocidental e no litoral norte da América do Sul .
Foi um importante aeroporto militar, vital para os combates da Segunda Guerra Mundial.
O governo brasileiro não confirmou nenhuma negociação sobre o assunto.
A Constituição Federal de 1988 estabelece que a cessão de instalações militares a forças estrangeiras depende de autorização prévia do Congresso Nacional por meio de decreto legislativo . (Paulo Narciso)