Brasil e Itália estão em rota de colisão, depois que o governo se recusou a extraditar acusado de assassinatos
Quinta 15/01/09 - 9ho Brasil pode ser arrastado a uma crise diplomática com a Itália por ter concedido asilo político a Cesare Battisti, condenado naquele país por quatro assassinatos nos anos 70. O asilo foi concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. A Itália convocou o embaixador do Brasil em Roma para manifestar "surpresa e lamento". O governo italiano pediu que o presidente Lula reveja a medida. Se não houver uma reviravolta no caso, o Supremo Tribunal Federal arquivará o pedido de extradição de Battisti feito pela Itália. O acusado de assassinatos, de 52 anos, fugiu da prisão no começo da década de 1980, quando aguardava julgamento. Foi preso em 2007 no Rio, e permanece detido até hoje. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, enviou em março parecer ao Supremo Tribunal Federal defendendo a extradição do italiano. Souza discordou da tese de que Battisti não deveria ser extraditado porque os crimes seriam políticos. Hoje, o chanceler italiano, Franco Frattini, voltou a criticar o asilo do Brasil a Battisti.
"Foi uma decisão politicamente equivocada porque considera a legislação italiana de maneira inaceitável", afirmou o ministro das Relações Exteriores.