Papéis do SNI mostram que governo de Sarney também monitorou Dilma Rousseff

Documentos mostram que a presidente Dilma Rousseff foi monitorada não apenas durante a ditadura militar, quando foi presa e torturada, mas em todo o governo de José Sarney, que foi de 1985 a 1990. Os papéis integram o chamado Acervo da Ditadura, um conjunto de mais de 8 milhões de páginas produzidas pelos órgãos de inteligência da ditadura e do governo Sarney sobre a vida de 308 mil pessoas, sindicatos e partidos. A reportagem identificou 181 documentos com referências a Dilma, que começam em 1968, quando ainda era estudante universitária, e se estendem ao final dos anos 1980. Dezessete dos papéis foram produzidos durante o governo Sarney pelo SNI (Serviço Nacional de Informações). Na fase pós-ditadura, o SNI apontava Dilma como parte de uma "infiltração comunista" em órgãos da prefeitura e do governo do Rio Grande do Sul. O Palácio do Planalto disse que não vai se manifestar. A assessoria de Sarney, hoje presidente do Senado, disse que, em seu mandato de presidente da República, ele havia ordenado ao SNI que não realizasse "levantamentos sobre a vida privada" de “nenhum brasileiro".