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Mensagem: Faço estas anotações de um ponto qualquer da ilha de Florianópolis, cidade pouca coisa maior do que Montes Claros, mas que no índice de qualidade de vida nos deixa na maior rabeira, em posição de completo vexame. Aqui, saibam todos, vive uma população com qualidade de vida que já alcança os níveis dos países do primeiro mundo. Vou dar um exemplo. Na Lagoa da Conceição, bela, conservada e limpa, o atendimento médico – para qualquer pessoa – não demora mais do que poucos minutos, através do recurso mais indicado – barco ou helicóptero. Os postos de saúde funcionam exemplarmente, com atendimento permanente, profissionais treinados, ar condicionado, numa ilha onde a próxima chuva virá apenas poucas horas depois de cair a última. Várias, muitas vezes por dia. O que também impressiona é a ausência do desfile de autoridades. Existe um só prefeito para toda a ilha, que é muito maior, e muito mais bela do que crê a nossa imaginação. Não há sinal de predação deixada pela última eleição, ou pelas últimas; não existe resquício de propaganda de candidatos aflitos pedindo votos nas paredes, não há qualquer forma de desrespeito ao cidadão. A autoridade dilui-se entre o povo educado, é parte dele; não há vestígio de precedência – é apenas o servidor geral no estrito cumprimento do mandato, um cidadão comum. Muito diferente do que ocorre entre nós, onde prefeitos e quetais – quando não desfilam sua importância, isolam-se na compoteira dourada do poder, desfrutando mais dele do que servindo. Não há dúvida de que a qualidade de vida nesta ilha, que beira o sonho, é mesmo superior aos pontos privilegiados do Chile, o país na América Latina que mais avança em direção a uma duradoura qualidade de vida. As ruas – todas, até em pontos remotos, estão exemplarmente limpas e a chuva várias vezes por dia, especialmente agora no Verão, jamais servirá de pretexto para que os administradores digam que ela, a chuva, é responsável pelo aspecto lunar que domina, por exemplo, esta nossa Montes Claros, que parece ser uma viela sob intenso bombardeiro, há várias meses, sem solução à vista. (Espero depois poder enviar outras notas, que armazenem, ajuntem, esperanças de que virá também para nós um tempo de presságios, não muito distante. Não posso deixar de citar, por fim, e rapidamente, que M. Claros está presente na história desta cidade e desse Estado. No Império, entre 1882 e 1884, a província foi governada por Antônio Gonçalves Chaves, que nasceu na praça da Matriz e que hoje dá o seu nome à Praça. O belo bangalô do Cônego Chaves, seu pai, ficava naquele trecho que se abre em direção ao bairro Todos os Santos, pitoresca construção há muito tempo levada pela voragem que equivocadamente costumamos chamar de progresso).
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