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Mensagem: Um registro históricoLuiz Ribeiro *O jornal Estado de Minas divulgou, junto sua ediçao de sábado (7 de fevereiro), um caderno especial, em forma de documento, em que destaca as principais reportagens e os principais jornalistas que foram premiados ao longo da história de 80 anos do jornal. A publicação, denominada, “As grandes reportagens que fizeram a história”, representa um resgate de uma significativa parte do que foi feito de bom no jornalismo mineiro ao longo das últimas oito décadas, registrando também os nomes dos profissionais responsáveis pelo ofício.Modestamente, me honra, por obra do destino, ter sido o repórter mais citado na relação cronológica das reportagens que conquistaram prêmios, pelo que agradeço a Deus e aos amigos (só tenho amigos), à minha família e a todos que sempre me incentivaram. Mas, isso é apenas um detalhe e não dessa questão que pretendo falar. Quero registrar aqui a relevância de um resgate desse tipo num momento em que vivemos o esquecimento dos verdadeiros valores, daqueles que realmente fizeram acontecer. A publicação, entre outros méritos, merece citação por destacar profissionais já fizeram a história do jornalismo mineiro e que, os mais jovens não sabem do trabalho deles. Um deles é Paulo Narciso. Dele, é feito o seguinte registro: “(...) O transporte precário representava, havia muito, um desafio para quem via nos remotos rincões do país. Para contar essa história, o repórter Paulo Cesar Narciso Soares embarcou numa viagem de 780 quilômetros, por 24 horas, entre Belo Horizonte e Monte Azul, no Norte de Minas, em um trem que de luxo tinha apenas o nome. Desembarcou com um enredo tocante que lhe valeria o Esso regional de 1975. No percurso, descreveu histórias recheadas de poesia de retirantes que dividiam o espaço em bancos duros, assim como a resignação e a miséria: “E suas histórias continuam as mesmas de 20 anos atrás. O mesmo trem, bancos de pau, o cheiro de vômito e de urina, respeito no olhar, a magreza dos filhos e a mesma fome. Tudo igualzinho. E só tomar este trem”. Passados mais de 30 anos, paar muitos a mudança principal é que o trem já não circula mais”.Um monstro sagrado do jornalismo brasileiro “revivido” pelo documento do Estado de Minas é o saudoso José Fialho Pacheco, um dos recordistas do Premio Esso (ganhou cinco vezes). É destacado o trabalho de Fialho, não somente como jornalista, mas também como elemento transformador das condições de vida da população, numa campanha ferrenha de combate à doença de Chagas. Diz o texto:“Epidemias como a de dengue, enfrentada pelo país em pleno século 21, não são novidade no Brasil. As campanhas com cobertura da imprensa para combatê-las, tampouco. Mas, uma chama a atenção, devido ao engajamento pessoa do repórter e a disposição de mudar a sorte de milhares de sertanejos. Foi em entrevistra sobre a gravidade e a extensão da doença de Chagas que reitor da Universidade do Norte de Minas (NR: atual Unimontes), o cardiologista João Valle Maurício, sugeriu em agosto de 1973, que o Estado de Minas promovesse uma campanha de conscientização sobre os riscos e a necessidade de combate ao barbeiro, principal transmissor do Trypanosoma Cruzi.“O sertanejo, o esteio da nossa nacionalidade, está sendo derrubado pela doença. Com o apoio do EM vamos conscientizar o povo para o grande problema da sáude, que é o fantasma do meio rural”, disse o professor. A cobertura valeria a José Fialho Pachedo um prêmio Esso Regional de Reportagem em 1974, um dos vários que ele conquistou, desde a década de 1960. A reportagem lembra que, por iniciativa de Fialho Pacheco, foi feita a campanha com o slogan “Mate o barbeiro antes do governo”, em plena ditadura militar. É feito o registro de uma explicação do próprio reporter: “muita gente gostou e poucos pediram que não divulgasse o meu slogan. Expliquei a todos que matar o barbeiro antes do governo não é ser contra as administrações municipais, estaduais e federal. É advertência para que o homem das roça mate o inseto antes da chegada dos homens da Sucam (agentes de saúde) ou entidades municipais”.Ainda sobre o premiado Fialho Pachedo, é destacado: “mesmo depois de ganhar o Prêmio Esso pela reportagem intitulada “A guerra ao barbeiro”, o repórter não encerrou sua cruzada contra o transmissor da doença de Chagas. Ele foi eleito prefeito da cidade de Juramento, no Norte de Minas, e exortou a população a combater o mal. Em 1977, lançou a cartinha intitulada “Vamos matar o barbeiro no tapa”, dando orientações sobre a doença e como combatê-la. *jornalista do Estado de Minas
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