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Mensagem: AMADEU FERREIRA PAULINOA história da vida deste grande homem daria um romance de trezentas páginas, se fosse contada em seus mínimos detalhes. Sejamos breves, todavia, relatando apenas o básico, o essencial. Ele nasceu em Grão-Mogol, em 29 de março de l926. Foram seus pais o famoso tabelião Hilário Marinho e sua esposa, dona Alda Barbosa Paulino, de famílias senhoriais da Cidade-presépio. Aos doze anos de idade, começou a trabalhar no cartório de seu pai. Curso primário nas Escolas Reunidas Dr. Christiano Monteiro Machado e ginasial nos colégios Afonso Arinos e Anchieta, em Belo Horizonte. Em 1945, era recruta no TG 299, da Capital, onde aguardava, ansioso, a ordem de embarque de sua unidade para os campos de batalha, na Europa, quando sofreu a maior decepção de sua vida. Acabou a Segunda Guerra Mundial.Retornou ao torrão natal, em 1947, para assumir o cartório de Paz e Registro Civil, para o qual prestara concurso. Casou-se, em 1949, com a tabeliã Maria Teresinha Rodrigues Paulino, autora do hino oficial da cidade, que lhe deu treze filhos. Em outra etapa de sua atribulada existência, teve mais quatro filhos com a Sra. Maria José Alves, aos quais não deixou faltar o teto e o pão, bem como o afeto e a bênção paternal.Abriu um intervalo, na atividade de escrivão, para realizar o recenseamento de1950, na cidade de Virgem da Lapa, onde nasceu o primogênito do jovem casal. Trabalhou, ainda, em diversas áreas, para onde o encaminhou sua natureza de homem inteligente e empreendedor. Foi fazendeiro, no Pontilhão, foi farmacêutico e dentista prático, fotógrafo, alfaiate. Foi até parteiro, muito solicitado pelas famílias. Na oficina de seu sogro, Chico Pataquinha, teve uma rápida iniciação na arte da ourivesaria. Naturalmente que foi músico, como não poderia deixar de ser. Regia, compunha e tocava diversos instrumentos de sopro, de corda e percussão. Executava o violão com muito sentimento e unção, porém o instrumento de sua predileção era a clarineta em Si. Costumava animar os bailes da cidade serrana com os acordes melodiosos de sua sanfona.Era um homem romântico, muito querido por seus conterrâneos, familiares e amigos, que amava a vida, a música, o seu trabalho, a beleza da mulher, a leitura de bons livros, um bate-papo animado e regado pela cerveja gelada e uma talagada da Barquinha, pinga de renome. Era um tipo inesquecível, que será sempre lembrado por quem o conheceu ou ouviu contar seus casos fantásticos. Recebeu, em vida, a merecida homenagem oficial da Câmara Municipal de Grão-Mogol pelos relevantes serviços prestados à cidade e seu retrato se encontra entronizado no salão do júri do Fórum Dr. Christiano Rello.Na tarde de 7 de fevereiro passado, em meio a grande pesar, faleceu em paz e serenamente. Como disse o poeta, a noite desceu e encontrou o campo lavrado, a casa limpa, a mesa posta, com cada coisa em seu lugar. (Haroldo Lívio)
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