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Mensagem: BRASIL ONTEM E HOJEJOSE PRATES Completam este mês, cinqüenta anos de nossa residência no Rio de Janeiro, no mesmo bairro distante do centro, tranqüilo e gostoso naquela época. Hoje barulhento com ruas fervilhando de povo num comércio que cresce mais a cada dia e a tudo vai mudando a seu gosto e a seu jeito. Nunca mais vimos o peixeiro de cesto na cabeça, de rua em rua, anunciando aos gritos o seu “peixe fresco”, nem a carrocinha do leite com “seu” Manoel à frente, dizendo que o produto é puro, sem água. Também desapareceu o padeiro colocando o pão fresquinho, na sacola dependurada no umbral da porta. Acabou tudo isto. A quitanda de “seu” José virou supermercado que vende no cartão, mas, não vende no caderno; o trem virou “metrô” e o ponto de ônibus tem banco pra idoso sentar-se. Dinheiro “vivo” virou coisa rara na mão de qualquer um. Hoje é cartão pra tudo, até pra pagar o ônibus. Mesmo o taxista já cobra no cartão: liga a maquininha ao “celular” o freguês digita a “senha” e tudo ok. Por falar em celular, lembramos que esse virou coisa comum na mão de todo mundo e não é de admirar porque estamos no primeiro mundo. Nós é que não percebemos, nem prestamos atenção na fuga da poesia que residia na humildade da vida mansa daquele outro tempo, sem pressa, sem correria, sem telefone no bolso pra chamar na hora imprópria. Tudo mudou e mudou muito, em quase todos os recantos do país. O povo já não é o mesmo nem no jeito de trajar-se quanto mais de pensar e agir. As mudanças ocorrem porque o país caminha para um lugar de maior destaque no conjunto das principais nações do mundo. A assistência social promovida pelo governo elevou o IDH com a diminuição razoável da miserabilidade, o que trouxe à grande maioria da população condição digna e confortável de vida, com acesso às facilidades que a tecnologia permite. Basta dizer que, hoje, segundo pesquisa do IBGE, 98% dos lares brasileiros têm fogão a gás; 93% têm geladeira e 96% têm televisores. Um dos grandes instrumentos que ajudou na elevação do país, foi a informática que teve nesse sentido, um grande desempenho nos colocando em pé de igualdade com os centros mais desenvolvidos do mundo. O computador, hoje, passou a estar presente em qualquer lugar, não é mais “coisa de rico”. Tornou-se, praticamente, uma necessidade no lar. Segundo o IBGE o percentual de lares brasileiros conectados à rede mundial de computadores, no ano passado, foi de 30% no sudoeste e 24% no sul, enquanto no norte e nordeste foi de 10 e 15% respectivamente, tendo, de 1998 até hoje, um aumento de 1500 por cento. . Com o desenvolvimento do país, conseqüentemente, do povo, toda tecnologia foi absorvida e por isso o mundo encolheu, ficou pequeno, ao alcance de todo mundo. A Internet no seu grande avanço nas comunicações, aproximou os povos. Por ela podemos estar presentes em todos os lugares, recebendo as imagens do que acontece do outro lado ou acompanhando o progresso que se desenvolve em qualquer parte. Na década de cinqüenta quando viemos residir no Rio de Janeiro, durante uns cinco anos, íamos a Montes Claros, nossa terra, no Norte de Minas, para passar o Natal com a família. Chegávamos e admirávamos as mudanças que se processaram no período de nossa ausência. Hoje, graças à internet e ao interesse de algumas pessoas em divulgar os acontecimentos e o progresso de sua cidade, as pessoas que residem fora, como nós, convivem com esses acontecimentos e passam a vivê-los, como se presente estivessem. De tudo que acontece em Montes Claros, tomamos conhecimento no dia, quase na hora, através do Montesclarosnoticias.com. de Paulo Narciso. Sabemos, por exemplo, que houve um acidente envolvendo duas motos e um carro matou uma pessoa e feriu outra, ontem à noite, na Avenida Doutor João Luiz de Almeida no centro de Montes Claros; sabemos que a Praça da Matriz está linda, modernizada, mas os pedintes incomodam; sabemos que o frigorífico de Janaúba vai fechar. Tudo isto nos permite viver a cidade, independente da nossa presença física. Então, todo esse comodismo; as facilidades que se nos apresentam na condução da vida, são próprias de um mundo superior a que o Brasil deveria ter chegado há muito tempo passado. Não chegou por falta de interesse dos nossos governantes que não olharam para o problema educacional da população. A escolaridade do povo brasileiro era baixa, baixíssima o que não permitia seu desenvolvimento. Imaginem que em 1850 o analfabetismo no Brasil atingia 60% da população, enquanto nos Estados Unidos era de 15%. Hoje, cerca de 10% dos brasileiros ainda são analfabetos. Outros 30% da população são considerados analfabetos funcionais - capazes de ler textos sem saber interpretá-los - e um terço dos jovens com idade entre 18 e 24 anos não freqüenta escolas de ensino médio. Essas conclusões são da publicação Anuário 2007, na Qualificação Social e Profissional divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). De acordo com o estudo, as Regiões Sul e Sudeste concentram quase 50% das escolas de nível médio do Brasil e mais de 60% das matrículas. Já as Regiões Norte e Nordeste, seguidas de perto pela Centro-Oeste, registraram índices menores de 10%, o que infelizmente, nos mostra dois países em termos de educação. A lentidão em atingirmos patamares altos de desenvolvimento, deve-se, em grande parte, a essa diferença berrante de cultura. Devemos reconhecer que, graças à televisão, houve de tempos a esta parte, grande melhora, mas, a lentidão continua. Até quando, só Deus sabe.. . (José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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