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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: RONALDINHO, O CARIOCA

No dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2009, o Brasil inteiro torceu para que um atleta marcasse um gol, num clássico. Todos, ou quase todos, esquecemos as cores de nossos times simplesmente pelo prazer de ver aquele atleta, pela terceira vez, dar a volta por cima e vencer adversidades quase intransponíveis, causadas por graves contusões em seus dois joelhos. E tudo aconteceu, num momento mágico, no último minuto do clássico. Veio finalmente o gol, de cabeça, que salvou seu time de uma derrota e fez vibrar quase todos os amantes do futebol, não só pelo Brasil, mas também pelo mundo afora. Ele estava de volta, em quase toda sua plenitude, aos gramados, levando alegria a milhares de pessoas. Bem antes, durante a Copa de 2008, dediquei-lhe as palavras que ora transcrevo:
Naveguei pelos jornais do mundo e constatei que o grande assunto de ontem foi Ronaldo Nazário, a quem nunca deixei de tratar por Ronaldinho. Estou cada vez mais convencido de que seu problema é, antes de tudo, de natureza psicológica. Se ele fosse bem orientado, desde o início da brilhante carreira, jamais aceitaria o epíteto de “Fenômeno”, ou ser esportivamente tratado simplesmente por seu nome, Ronaldo. Afinal, ele, um jovem carioca, alegre e humilde, já era consagrado esportivamente com o carinhoso nome profissional Ronaldinho. Era um dos xodós do Brasil. O nome era marca registrada, direito adquirido. Aí, então, estourou um outro Ronaldo, o gaúcho. Barbaramente tiraram do carioca o carinhoso diminutivo. Foi muita sacanagem da maliciosa mídia. Que chamassem o gaúcho, que surgia, também de Ronaldinho, tudo bem, mas que não mudassem o amável tratamento que já era dispensado ao consagrado craque homônimo. Perdas psicológicas desse jaez afetam a mente de qualquer pessoa normal. Depois dessa, Ronaldinho ainda sofreu grave contusão. Joelho não é mole não, minha gente. Reinaldo Lima que o diga. Também tenho um estourado e sei o que é. A lesão fica também na cabeça da gente, se formos simplesmente humanos e não super-homens. E Ronaldinho foi grandioso ao vencer a adversidade e se tornar o maior jogador e artilheiro da Copa asiática, sob o comando de Felipão, durante a qual não teve qualquer crise emocional. Antes, em 1998, na França, sob o comando de Zagallo, ele já sofrera uma crise de estresses, que nos tirou o título. Agora, sob o comando de Parreira, ela veio mais branda. Entre 1998 e 2006, num curto espaço de oito anos, Ronaldinho teve dois fracassos matrimoniais, um deles com um filho. E isso, por acaso, não afeta as pessoas? Afinal, ninguém é máquina de fazer gols. O jogador de futebol é gente como a gente. Diante de tudo isso, permito-me fazer algumas perguntas. Seria Ronaldinho um cara amoroso, romântico? Seria um galinhão? Seria um bobão, cheio de grana, vindo da pobreza, enganado em seus relacionamentos? Ah, essas mulheres! Nem a fracassada “revolução feminista” conseguiu tirar delas a voragem insaciável, tão decantada por Vinicius de Moraes. Querer fazer vista grossa da parte amorosa da vida de Ronaldinho é tapar o sol com a peneira. Claro que seus problemas amorosos afetaram sua vida profissional. Isso acontece a qualquer um. Paciência. Zequinha, filho do velho Moussi, me ensinou, há muitos anos, lá no Brejo das Almas, que o mais difícil da vida é a parte amorosa. Meu querido e verdadeiro Ronaldinho, quero lhe agradecer até pelas tristezas que você me deu, quando jogava pela Raposa, contra meu amado Galo. Quero lhe agradecer, também, as alegrias que você me deu jogando por nosso escrete. Se você quiser resolver seu problema amoroso, dê uma passeada em minha aldeia, uma cidade norte-mineira chamada Montes Claros. Eu lhe garanto que lá você encontrará uma mulher carinhosa, companheira, que honrará seu nome, terá orgulho de você e de sua biografia e apenas compartilhará sua fama e sua grana com o mais puro amor. Acho que você precisa é de uma mulher que saiba realmente amá-lo. Ser famoso é um perigo, meu caro. Ser muito rico, mais ainda. Você não é tanque, nem fenômeno. Só sabe jogar futebol com técnica e garra incomuns. Foi considerado, duas vezes, o melhor do mundo e, uma vez, o melhor de uma Copa. Não precisa provar mais nada pra ninguém. Mas devo lembrar-lhe que você não tem o mesmo vigor físico de antes. E isso é plenamente normal. Todos, os mortais, somos assim. Mas você ainda tem futebol até pra mais uma Copa do Mundo. É hora de dosar as coisas. Procure, nesta altura de sua vida, muito mais ser feliz do que quebrar recordes ou se entupir de grana. Se necessário, tenha um bom analista, que o ajudará a reencontrar caminhos. Fuja dos bajuladores. É a pior raça que conheço. Fico aqui, torcendo para que você, a cada dia de sua vida, tenha mais paz interior e continue a nos brindar, por muito tempo ainda, com suas jogadas geniais.

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