Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: O SOL DAS CIGARRASLuiz de Paula (*)“No sertão onde nasci,canta o juriti,canta o lenhador.”O sertão é muito bonito. Aqui a natureza não agride o ambiente com mudanças bruscas. Cada nova estação é anunciada com antecedência pelos muitos sinais da natureza. As chuvas ocorrem até março, com alguma normalidade, embora escassas, como sabemos. Em abril poderá chover ou não. A partir daí o calor vai diminuindo e um friozinho começa a chegar, aos poucos, ao compasso dos dias. Quando voltam as chuvas, o sertão inteiro põe-se em festa. O campo reverdece, as águas cantam nos riachos, os bichos do mato se movimentam espertos e alegres. E os pássaros multiplicam-se e cantam em toda parte. As chuvas, que trazem toda essa renovação, começam a chegar no final de outubro ou início de novembro. Mas antes disso, de agosto para setembro, a natureza dá o ar de sua graça. Oferece um agrado ao sertão. É a chuva de brôtos. Não é ainda a estação chuvosa. É uma amostra. Um afago dos céus. A chuva de brôtos dura pouco. Molha o chão e vai-se embora. E uma cortina de bruma seca, própria do tempo, vai-se formando e se antepondo ao sol, cujos raios se abrandam e levam a tudo que alcançam – as serras, os montes, as matas, os vales, as campinas, os centros urbanos – uma claridade doirada de leveza tal só vista nessas gloriosas tardes estivais. É o sol das cigarras. As tardes, nessa ocasião, revestem-se de uma beleza tranqüila que nos descansa a alma. No ar, voam os pássaros, festejando a vida. E as cigarras, rainhas sonoras da paisagem, cantam a sinfonia do final do estio.(*) Industrial da área têxtilEscritor – Montes Claros/MG
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima