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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A CIDADE, O CAMPO E O NOVO HOMEM.

Dia desses, o jornalista e “websmaster” Paulo Narciso trouxe-me uma observação que colheu no cotidiano desta terra de Figueira. Aparecem novas selarias pela cidade. Lembranças de cheiros e formas dos anos 50 e 60, com arreios, selas, estribos e cordas de crina de rabo de cavalo.
Afiança o mestre jornalista ser esse um indício da migração ao contrário. O indivíduo que para aqui veio da vida rurícola, ora volta ao mundo campesino após a sua aposentadoria. Urge confeccionar duas selas. Uma para ele, outra para ela!
Fugindo do massacre da vida globalizada, da urbanidade opressora, que deixou profundas marcas no seu Imo. Viaja como um guerreiro em busca do seu merecido repouso no fim de vida. Esses heróis do cotidiano buscam sentir o calor da curva do rio molhar o anzol na água em plena quarta-feira brava!
Vão ver o vôo irregular do besouro e se assustar com o grito longínquo de algum animal noturno! O cocoricó dos galos teatrais no terreiro fazendo figura para as galinhas poedeiras. O assovio do soim no pé de jabuticaba, a pata e os patinhos em caminhar seqüencial e simétrico pelas trilhas do quintal.
Os anuns catando carrapato nos cavalos e o bando de fogo-pagôs saltando e comendo semente do capim bengo. Histórias de entes vivos e entes mortos. Um arrepio de medo e defluxos às carradas. A história daquela vaca que ficou ervada e o boi, cor de burro fugido, que desapareceu e só foi encontrado um ano depois.
A onça que arrancou a orelha da novilha de compadre Amâncio e a espingarda bate-bucha de seu Quelezinho!
O trinado do canário chapinha o mugir do touro Rosilho e o suave pastar da dupla de bois carreiros. Melado e Rochedo! A pancada súbita do machado na tora de lenha e os dois dedos de prosa com os “cumpadres” em volta do fogão de lenha, com a panela de ferro no fogo brando cozendo a pele de porco para o feijão do almoço.
O gato dormindo no borralho e a carne de sol dois pelos serenando na madrugada da roça. Um generoso gole de Viriatinha com tira-gosto de lingüiça com gosto de “picumã”. Um metro de mentira, meio de bazófia, um bem e um mal falar dos pecados que o vizinho chato trás quando vem...
A lembrança da comadre do compadre catando pequi com o vestido amarrado na cintura, andando zonza de tanto comer cagaita madura. “Aí nós comêmo cagaita... comêmo cagaita... E caimo no sono! Aí acordemo! Tornamo a comer cagaita... Comer cagaita e caimo de novo no sono!
Acordemo intumecido e lembrando da “prisiguida”!
Aí, pratiquemo o dizer drumonniano: “A semântica libidinosa do homem da roça!”

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