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Mensagem: Uma noite em casa de Clarice Clarice, que é Guimarães Teixeira, Augusta no espírito e no prenome, é para toda Montes Claros, Sarmento, sobrenome herdado do seu pai Adail, embora não conste em seus documentos. Folclorista reconhecida, amante das artes, é bela, ainda e sempre. Frequentemente abre as portas de sua residência para receber os amigos, com alegria contagiante. Desde a adolescência sempre fui muito bem recebida na casa da folclorista, pois tenho a alegria de partilhar da amizade de suas filhas, colegas do tempo de estudante, mas na noite desta quinta-feira, me demorei um pouco mais na parede em que ela cuidadosamente reserva aos seus. Fotografias emolduradas contam a história de sua família, acompanhadas de legendas esclarecedoras. De máquina (isso não se usa mais, hoje em dia só se diz “câmera”, mas optei por resistir aos novos nomes) em punho, pedi autorização para tirar a “foto da foto”. Autorização concedida, cá estou me deliciando com os registros. Neta de Chiquinho Guimarães, construtor da Catedral Metropolitana de Montes Claros, Clarice relatou que a planta da suntuosa Igreja teria chegado a Montes Claros por engano. À época, seria um acinte erguer paredes de tamanha formosura. Parecia uma enormidade e coisa para “cidade grande”. Mas Chiquinho, engenheiro por vocação e talento, sem nunca ter cursado engenharia, topou o desafio. Graças a sua coragem, lá está, como cartão postal da cidade, uma das mais belas edificações de Minas Gerais. Na parede de Clarice, um retrato histórico mostra a família do construtor reunida em pic-nic às margens do Carrapato em 1941. Nesta foto, aparecem Sebastião Mendes (Ducho), Thais G. Mendes, cujo nome batizou a famosa Livraria da cidade, Vicente Guimarães (também nome de Avenida em Montes Claros), entre outros. Na foto também uma curiosidade. Dois dos filhos aparecem com apenas um pé de sapato. Segundo Clarice, os parcos recursos não permitiam que o pai calçasse os muitos filhos, desse modo, a solução foi dividir um par de sapatos para dois. Como esta, outras histórias pouco conhecidas, de gente conhecida, embalaram a agradável noite. Sempre de bom humor, a anfitriã, com os filhos residindo em terras distantes, faz questão de preservar a amizade com os agregados. Vez ou outra, como boa canceriana, ainda faz papel de cupido, nos apresentando seus primos e sobrinhos “bons partidos”. Diz que prefere que eles estejam em boas e familiares companhias, tendo em vista os perigos do mundo. Essa mesma Clarice, que dedica parte do tempo em viagens pelo mundo e posteriormente aos relatos da mesma, deixa entrever uma enorme amor por Montes Claros, ao contar histórias da cidade das formigas. Também não esquece da preferência musical ou culinária dos convivas. Conhecedora da minha adoração por melodias e intérpretes franceses, com grande delicadeza, pronunciou: “Márcia, esse é pra você”. Apertou um botão, e num aparelho moderno -mas que ao fechar os olhos eu imagino uma “vitrola”- Aznauvor disparou a linda e triste voz, começando por “She”-que desperta a vontade de dançar, até quando estamos nos lugares menos convencionais- e prosseguindo com outras igualmente maravilhosas como “Et Pourtant”, Que C’est Triste Venise”, “La Boheme”. Democrática, logo depois desse prêmio, trocou de CD e de estilo, afirmando que deveria atender ao gosto de todos os convidados. Mas duvido que algum deles venha se queixar de Aznavour , do macarrão ou dos fatos relatados por Clarice Sarmento. Antes de findar a agradável noite, corri mais uma vez à parede. Percebi que noutros tempos os pic-nics eram salutares e organizados com tamanha dedicação, que mais pareciam festas de grandes salões, só que ao ar livre. Em mais uma foto, como diz a legenda, podemos apreciar um ´pic-nic organizado por Joaquim Vale, em Montes Claros, Minas, no retiro do Cel. Antônio dos Anjos, em 03 de Setembro de 1906, comemorando seu noivado com Geny Fróis”. Feliz idéia de Patrícia de Paula (a filha única de Virgílio, e que o cantor Roberto Carlos quando aqui esteve em tempos idos na residência de Hermes, prometeu voltar para buscar assim que ela crescesse, pois naquele tempo contava apenas com três aninhos. Roberto, sabemos que você lê esse site, então venha. Amamos você tanto ou mais do que amamos Aznavour e Patrícia ainda te espera.) ao decretar que o encontro desta vez seria na casa “dos Sarmento/Guimarães Teixeira”. Merci, Clarice. Au revoir. .
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