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Mensagem: Produção LiteráriaAbri, por acaso, o livro “Cartas de Inglaterra”, de Rui Barbosa, e reli o primeiro capitulo: Duas glorias da humanidade. Escreve ele que “ninguém poderá desvanecer-se de ter percorrido intelectualmente a Inglaterra, se não ousou uma excursão pelas regiões sui generis da obra de Carlyle, que parece confinar, por outro lado, com Shakespeare, por outro lado com a Alemanha de Goethe, Schiller e João Paulo Richter”. Nossa submissão primeira à cultura que nos vinha da França, até princípios do ultimo século e, depois da Ingla¬terra, por imposição econômica, nos leva a, esquecendo do que é nosso, permanecermos atrelados ao que nos vem de fora. Essa submissão foi necessária aos escritores do passado, especialmente aos do século XIX. Obrigatoria¬mente, não existe mais. Parodiando Rui Barbosa posso afirmar que ninguém poderá ufanar-se de ter explorado intelectualmente o Norte de Minas, se não ousou uma incursão pelas obras de João Valle Mauricio e pela vida de João Chaves. Da leitura das obras do imortal João Valle Mauricio e da biografia de João Chaves, escrita por Amelina Chaves, verifica-se que o solo árido de nosso sertão está marcado pela pre¬sença fértil de expoentes culturais da mais alta valia. João Valle Mauricio, da Academia Mineira de Letras, autor de “Grotões”, “Janela de Sobrado”, “Beco da Vaca” e “Taipoca”, além de outros escritos, inscreve-se como uma das glorias imortais da terra dos montes claros. Em suas obras misturam-se valores outros, da mesma terra e da mesma região, como Haroldo Lívio, Antônio Augusto Souto, Konstantin Cristoff, Milena Mauricio e outros. Na biografia de João Chaves associam-se as figuras marcantes de Amelina Chaves e Manoel Hygino dos Santos. Na leitura de “Taipoca”, apreciamos o sertão em sua inteireza viva, embora com motivos urbanos, que se interligam e se projetam no contexto do sertão. Em “Beco da Vaca”, uma coletânea de crônicas publicadas pela imprensa regional, ele não foge da marca registrada de suas obras. O livro não é uma ruela do sertão, é uma avenida de cultura. Em suas memórias, retratadas em “Janela do Sobrado”, re¬vivemos Montes Claros. Como toda verdadeira obra literária, seus livros são atemporais. Amelina Chaves, depois de nos brindar com “O Eclético Darcy Ribeiro”, mostra-nos em “João Chaves uma eterna lembrança”, com Prefácio de Manoel Hygino dos Santos, o mito João Chaves, um dos maiores fenômenos da cultura montesclarense de todos os tempos. “João Chaves ainda canta e encanta na voz do vento, nas pedras no chão, no coração de todo seresteiro”. A literatura está presente na poesia de João Chaves.Guimarães Rosa com acerto afirmou que há pessoas que não morrem: ficam encantadas. João Valle Mauricio e João Chaves estão encantados no silêncio de suas sepulturas. Como Fênix eles renascem de suas próprias cinzas em cada instante em que deles nos lembramos. A poesia de João Chaves está patente na sua arte de combinar os sons, mas a poesia sempre tem sido apresentada através de livros, revistas, jornais ou pela declamação do autor ou de terceiros em reuniões sócio-culturais. A informática, como a ciência que visa ao tratamento da informação através do uso de equipamentos, está revolucionando o mundo literário.Aqui, pelo Norte das Gerais, na atualidade, Geraldo Antônio Dias Guimarães – Geraldo Guimarães – por intermédio do escritor Ronaldo José de Almeida, enviou-me um exemplar de sua obra “Pássaros em Revoada”, em DVD. Será o fim do livro impresso e o princípio de sua vivência em DVD? Não creio, pelo menos por enquanto. Geraldo Guimarães é mineiro, natural de Sete Lagoas, que concorre com Curvelo pela primazia de ser a porta de entrada do sertão das Gerais. Ele já publicou os livros “Vida: Eterna Poesia”, “Sementes da Loucura”, “Roupa Suja” e “Quando o Verbo é o Caminho”.“Pássaros em Revoada” é apresentado em DVD, com trilha sonora instrumental, desenvolvido pela K&Kproduções. São ao todo trinta e três poemas em que o autor, com seu entusiasmo criador e inspirada imaginação idealista, retrata passagens de sua vida de maneira suave e romântica. Com narração própria ele empresta a cada poema beleza e emoção, ao tempo em que revela o seu grande amor à sua, que também é nossa, Minas Gerais. Ouvindo os poemas senti-me como em um sarau, em uma festa literária em que os participantes declamavam poesias. O autor recita com arte os seus poemas e nos transmite as suas próprias emoções, com gestos e entonações apropriadas.
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