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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: AINDA ÉRAMOS FELIZES!

Montes Claros 1964. Início da transição do romantismo sentimental e denso, para a modernidade, tempos ainda de buscar emoções passionais de amores idem e de ambientes meia luz.
Roberto Carlos já cantava ´O Rosa/ Rosinha/queria que você fosse minha´..., tabus eram quebrados e os Beatles brilhavam com A hard day nigth e a mística enlatada em Liverpool.
Os Românticos bebiam cuba libre, hi fi, Martini Dry, Cinzano Rossi, vodka Smirnof, gim tônica, acompanhados com tira-gosto de canapés dançando na boate da Praça de Esportes, e no Clube Montes Claros.
Rapazes ainda usavam terno e logo deixariam crescer os cabelos a calçar botinhas com solado New Life, a vestir camisas coloridas da Prist e da Mac gregor. Moças usavam a fragrância de Chashemere Bouquet e os rapazes o romântico perfume Gardênia
Acabara a moda de cabelos Príncipe Danilo e o boom era o blue jeans da Roebuck, cintos com fivelas alpaca, cigarros Columbia e isqueiros Ronsom. O point de gente nova, os bares, Redondo e Toco. A lanchonete Cristal de Josias Loyola, o sorvete com fatia de bolo do bar do Cambuí.
Eram beijos com sabor vaca preta, banana split, piqueniques nas fazendas, início da liberalidade. A rapaziada mais ouriçada bebia rabo de galo e tomava vodka Smirnoff pura ou gim tônica.
Dançar no trevo do Redondo, ver as festas de santo do terreiro de Zé Fernandes e assistir os clássicos de futebol de campo e de salão com a safra de craques como: Jomar, João Batista, Zé Gomes, Nicó, Gontijo era o must.
Nas telas, os clássicos enlatados importados Ben Hur, Quo Vadis, El Cid, época de ver o brilho dos olhos de Liz Taylor em Gata em Teto de Zinco Quente, observar o suspense pela Janela Indiscreta.
Tempos do cinema arte com Blow Up, Modesty Blayse, O Homem do Prego e de aplaudir a doideira beleza do maluco Glauber, pirando o cabeçote. A radiola de baquelita tocava Long-play de acetato: João Gilberto acompanhado pelo violão de Baden. Twist, Hully-Gully, Beatles, rock and rol, Papa Hum Mau Mau, e os apaixonados curtiam a voz de Nat King Cole.
Tempos ainda de ouvir romanticamente Jerry Adriane, Wanderléia, Erasmo, de falar sobre Oldstok da ditadura inconseqüente, do filósofo Jean Paul Sartre, de Herman Hesse, tempos em que o sonho estava acabando.
Ainda deu para ouvir Sgts. Pepers Lonely Hart Clube Band e Lucy a garota do diamante, ver a geração beatinik se encharcar com o fim dos sonhos utópicos de consumo, impostos pela mídia internacional.
Tempos de festejar no Automóvel Club e tomar uma piscinada no MCTC, dos festivais de música, de falar no Santos de Pelé, no Mengão e na busca da emoção fabricada da Copa do Mundo.
Tempos de se reunir com a galera na Rua Raio Chistof e jogar conversa fora. O sonho ainda existia!

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