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Mensagem: 0s primeiros 100 diasWaldyr Senna BatistaQuem primeiro usou como referência os cem dias iniciais da administração foi o presidente John Kennedy, dos Estados Unidos. A partir de então, em todas as partes, essa jogada de marketing tem sido copiada. Prestação de contas não é, pois período tão curto não permite qualquer realização expressiva.O prefeito Luiz Tadeu Leite – que só agora conseguiu completar a formação de seu secretariado - estaria propenso a usar esse estratagema. E, certamente, vai aproveitar para bater na tecla da “herança maldita” e das dificuldades encontradas para o impulso inicial. Obra, mesmo, de destaque, só a inescapável operação tapa-buracos, ainda em andamento e sem pressa para terminar.Como parte da chamada arrumação da casa,o destaque ficaria por conta da não renovação dos contratos de mais de quatro mil não concursados, a que se seguem contratações para setores emergenciais, como o de educação e saúde, neste inserido o combate à dengue. Diz-se que o critério para o preenchimento de vagas tem sido a utilização de contratos de noventa dias, período em que haveria concurso. A exigência principal é o QI(quem indica), no caso, necessariamente, um vereador. Assim se mantém a unanimidade na Câmara.Paralelamente, quase sem ser percebida, desenvolve-se auditoria na documentação produzida pela administração anterior, encaminhando-se ao Ministério público tudo o que seja considerado irregular. Prevê-se a instauração de algumas centenas de inquéritos, o que obrigaria alguns integrantes da gestão passada a se ocupar com audiências e peças de defesa durante boa parte dos próximos anos. Com um complicador a mais: estaria sendo dificultado o fornecimento de cópias de documentos até para a prestação de contas obrigatória, cujo prazo termina em 30 de março. A ordem seria atender somente mediante pedido por escrito, que passa pelo crivo nada acelerado do setor jurídico, que está assoberbado. Se houver mesmo o ritual dos cem dias, além dessas picuinhas, a reforma administrativa deverá ser destacada, para mostrar o que mudou na estrutura burocrática.O grande público não chega a perceber. Extinguiram-se secretarias e criaram-se outras, em cumprimento a promessas de campanha. Nesse capítulo, o caso da Transmontes é emblemático. Nela poderiam ser feitas intervenções, com inclusão e exclusão de cláusulas, como acontece normalmente em empresas da iniciativa privada, adequando-a aos moldes pretendidos. Mas como na campanha o candidato foi enfático ( “Vou extinguir a Transmontes”), já está na Câmara proposta de criação da MCTrans, com perfil em que a aplicação de multas é colocada em plano secundário.Outro ponto a ser destacado na suposta exposição dos cem dias será a prioridade dada à construção do centro de convenções. O empreendimento vinha sendo conduzido por entidade privada e já dispunha de terreno, projetos arquitetônicos e dinheiro em banco para o início da obra. No entanto, como o prefeito vetou o local escolhido, no distrito industrial, optando por área nas proximidades do aeroporto, à margem da lagoa, o projeto voltou à estaca zero. Ele pretende implantar ali complexo voltado para o turismo. Para isso, estará se reunindo com o arquiteto Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro, a quem incumbiria de elaborar o projeto. Esse redirecionamento foi bem recebido, mas apresenta ônus elevado, já que implica em começar tudo de novo, inclusive sem o dinheiro que já estava garantido.E, ao que parece, o prefeito Luiz Tadeu Leite quer marcar sua atual administração com empreendimentos de qualidade, redimindo-se de erros cometidos no passado, em que várias de suas obras apresentam defeitos graves. Assim é que ele viajaria neste fim de semana com destino a Curitiba(PR), onde iria contratar os serviços do mais renomado urbanista do Brasil, Jayme Lernner, que se consagrou por transformar a capital paranaense em cidade-modelo. A ele seria encomendado plano para solução do problema do trânsito em Montes Claros.Se esses dois contatos, no Rio e em Curitiba, forem bem sucedidos, na festa dos 100 dias poderiam ser apresentados pelo menos dois fatos concretos, o que seria começo promissor.(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).
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