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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Viagem pelas ruas de Montes Claros – Parte II

Raquel Souto Chaves

Estamos em abril. O calor está mais brando. Com a obrigação em dia, nos sentimos convidados a continuar o passeio pelas ruas da ainda pacata Montes Claros. Saindo da nossa casa na Avenida Coronel Prates, 102, entro na casa da minha avó Nininha para pedir a benção, tomar café com leite e comer uma boa fatia de bolo fresco preparado com manteiga e ovo caipira.
Até já vó! Um beijo, um abraço, uma bicota e sua benção.
Boa noite Dr. Luís Pires, acho que o senhor deixou a luz do seu consultório acessa. Ao lado da sala de “Abreugrafia” (retrato do pulmão) do Dr. Luís Pires fica o Restaurante Quintal de Ênio Farias. Dr. Mário Ribeiro, Dr. João Vale Maurício, Dr. Jason Teixeira, Tio Rey, Lourinho Alcântara e outros senhores passam por nós, vindo da rua Gonçalves Figueira. Tá na hora de tomar uma boa cana e tirar o gosto com o “sarapatel dos Deuses”. Eduardinho, filho de Félix Pimenta e Dona Dorinha nos aguarda na porta da sua casa. Dona Fernanda Ramos nos saúda da sacada do sobradinho rosa onde mora. Com ela estão as filhas Nininha e Lulu. O portão do depósito de vidros da Vidronorte de José das Neves Corrêa permanece aberto. A macife (madeira, cimento e ferro) também. Com os pés na praça Portugal, cumprimentamos Dona Marilene (costureira de mão cheia), seu Augusto e os filhos Joyce, Cléa Márcia e Ico. Aqui apressamos o passo para deixar a terrina de puro inóx no Restaurante Espeto de Ouro de Zé Amorim, para mais tarde buscar a canja encomendada por meu pai ao garçom Zezim beleza. Descendo a rua Doutor Veloso ouço de dentro do Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Ondina de Paula pronunciar fluentemente inglês dando aula de conversação para alguém. Virgínia de Dr.Hermes e Dona Fina trabalha aqui como secretária.O ronco do motor do caminhão de Betão ronca ferro (rum... rummm...) surge próximo à casa de seu Jaime Rebello, pai de Toninho Rebello, então prefeito. Assentados no murinho da varanda de casa esquinada Norbertão Prates, Lay e João dão gaitadas de se ouvir de longe. Julião (irmão de Norbertão) passa pito neles. No consultório de Dr Hermes na esquina com rua Lafetá chega uma senhora convalescente de Rubéola. Dona Inês ouve atentamente os acordes da flauta que o filho Joaquim de Paula faz ecoar. Com destino a Praça da Matriz, passamos em frente ao portão grande de madeira, estilo cancela do sobradinho dos Oliveira. O chafariz (cara de leão) jorra água fresquinha e sacia a nossa sede. No coreto da praça, “João Doido” avisa a quem passa que: Terezinha é minha! (e aí de quem ouzar dizer o contrário). Tia Joaninha Souto toca o sino da Matriz anunciando que a missa vai começar. Padre Dudu começa a celebração convocando as Mães Cristãs, de farda azul marinho, veú preto e fita azul a se acomodarem na primeira fila dos bancos. Conta com a colaboração para não deixar as crianças interrompe-ló. Nos bancos seguintes estão Benjamin Rêgo (que mora bem ao lado da igreja) com o filho José Rêgo, Dona Nair Machado e José Lafetá com a esposa Sãozinha (impecavéis). Depois de ouvirmos o “sermão” do Padre Dudu corremos para o centro da praça para apreciar a beleza da fonte luminosa (até então achava que isto só existia em cidade grande). No passeio onde funciona os correios, assentados na porta da casa estão Benedito e Nivaldo Maciel tocando violão e saudando o Céu de estrelas com canções de serenata. Mariana cabeleireira se aproxima para contemplar a lua cheia. Subindo a rua Simeão Ribeiro, encontramos seu Ducho com o inseparável bandolim debaixo do braço e o filho Miguel, fechando a Distribuidora Thaís, para daqui a pouco se apresentar com o Grupo de Seresta João Chaves no Restaurante Montes Claros, propriedade de um moreno bonachão apelidado de Baiano. Na parte inferior do restaurante, João Leopoldo França, na sua loja Cred Vest, solta a bela voz e confirma: “Creio em ti ao ver que a chuva cai e faz a flor nascer....”
Na esquina paramos para tomar o milk-shake da Cristal. Na rua Governador Valadares do lado direito está o Bazar São Geraldo. Seu Geraldo, sua esposa e Geraldim seu filho nos acompamham até a rua Dr. Veloso.
- Rua Dr Veloso, meu Deus! E a terrina de canja do meu pai que deveria buscar há horas no Espeto de Ouro? A esta hora, já deve estar gelada. Melhor passar sebo nas canelas. Hoje, o cipozinho de fedegoso funciona direitinho!

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