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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O primado letal
Manoel Hygino -Jornal ´Hoje em Dia´

Eu me pergunto insistentemente: conseguirá a lei, a ordem, a saúde, a inteligência do homem vencer a droga? Quem se der ao cuidado de mais detidamente se deter sobre as informações que, de todas as regiões do planeta, chegam, verificará que a indagação faz sentido. Jamais, em tempo algum, a humildade se tornou tão subserviente a tão terrível peste, propagada pelo homem, criminosamente, para auferir lucros.
O Brasil é o décimo segundo país do mundo que mais investe em defesa, revela pesquisa realizada na Argentina.
Nosso país gastou US$ 20,7 bilhões nessa área em 2007. Estamos, sim, utilizando recursos preciosos para nos precatar contra os perigos externos. Absolutamente imprescindível.
Quanto estamos investindo na guerra contra as drogas e as organizações criminosas?
Estamos alcançando sucesso nessa guerra, quando sequer sabemos exatamente quais e quantos são os inimigos, onde se encontram, que armas utilizam?
Esta é a mais cruel das guerras, porque visa destruir e escravizar o que de mais puro existe, a nossa juventude, nossos adolescentes, alheios, ingênuos, omissos ou já dominados pela fúria dos narcotraficantes.
Sem regatear dados e estatísticas, quantos no Brasil já morreram nas mãos das quadrilhas ou nos hospitais e clínicas psiquiátricas, em acidentes provocados pelo uso das drogas?
A guerra está declarada e é a mais terrível, porque assassina o futuro e extermina esperanças.
São brasileiros matando brasileiros, sob a égide da força, da insensibilidade, dos desvios morais, para extrair dinheiro da mais sórdida das atividades humanas.
As grandes cidades e as pequenas estão sob efeito e domínio das drogas e dos homens das drogas, envolvendo milhões de pessoas, vítimas, centenas e centenas de malfeitores, e milhões e milhões de dólares.
Esse comércio se amplia ilimitadamente, por mares nunca antes navegados, e as populações das grandes cidades e dos mais distantes rincões se tornaram reféns dos bandidos e das gangues.
Até quando?
Os empresários da morte infestam desde a mais extensa e bela orla atlântica da América do Sul até os confins dos matos gerais. Para eles, nada é impossível, até mesmo perder a vida ou causar a morte de inocentes ou dos agentes da lei.
A cidade do Rio de Janeiro se tornou fonte de coletâneas de notícias de crimes, hediondos muitos, ocupando da primeira à última página dos jornais, dos primeiros aos últimos minutos do noticiário das televisões. Até radicais defensores dos direitos humanos já se convenceram de que esses criminosos travestidos de homens, criados à imagem e semelhança de Deus, não merecem mais tratamento benigno.
Todo o Brasil virou “isso”.
Em Pirapora, onde começa a navegação no São Francisco, importante entroncamento rodo-ferro-hidroviário, o crime chegou, devastadoramente. Em meados de março, os registros policiais revelaram ocorrências funestas. Por causa de um acerto de dívidas com drogas, um bando baleou um ônibus e assassinou duas pessoas.
Havia muitas crianças no coletivo. À frente, os marginais mataram um adolescente de apenas 15 anos. Adiante, balearam um cidadão de 23 anos. O que aconteceu na progressista cidade ribeirinha assustou.
Crimes violentos mancharam de sangue as margens do grande rio.
Apesar de tudo, não cinge a violência às drogas. Foram arrancados os fios elétricos do aeroporto de Diamantina.
Assim, cidade que receberia no dia 6 de abril, o presidente Lula para uma reunião da Sudene, foi cancelada. A tal ponto chegamos. Lamento e protesto.

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