Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: CURIMATAÍ/CURUMATAÍRelendo mensagens passadas do Mural defrontei-me com a nº 44.689, de 23/03/2009, encaminhada pelo conhecido colunista Haroldo Lívio, levantando a questão sobre os nomes Curimataí e Curumataí.Tempos atrás, por curiosidade, já me questionava sobre os nomes dos rios Jequitaí, Pacuí e Curumataí, muito parecidos, todos com o sufixo (í). Passei, então, a pesquisar e percebi que os topônimos - nome próprio de lugar - têm normalmente uma de duas origens lingüísticas: a nativa, em língua tupi-guarani, ou a européia, em língua portuguesa. Igualmente, os hidrônimos - nomes de rios - obedecem ao mesmo padrão e, no caso específico destes nossos rios, a origem está na língua tupi guarani.Falar em tupi guarani não é fácil, pois é uma fala gutural, que vem da garganta. Por exemplo: ( i ) é pequeno e ( í ) é água (se pronuncia com a língua no céu da boca). Porém, em tupi (í) , (i), (y) e (yy), normalmente significam água, rio.Vejam bem, pela língua tupi-guarani:Pacuí é rio do Pacu; Jequitaí é rio do jequitá, que na língua nativa quer dizer palmeira (Desmoncus rudentum); e Curumataí é o rio do peixe Curumatá.Mas voltando ao nome do distrito de Buenópolis, cabe destacar que nos relatos de viagens pelo sertão de Minas, Auguste De Saint-Hilaire, o observador e naturista, faz o seguinte registro: “ao deixar o Deserto, subi a serra do CURMATAÍ, para entrar no Distrito dos Diamantes, (...) em 22 de setembro de 1817(...)”.CURMATAÍ era a passagem do caminho real que, nos tempos do Brasil colônia, ligava Diamantina ao norte do país. Ainda hoje se pode ver e percorrer este histórico caminho, que se inicia ao pé da serra, no sítio de Valeriano Braga e, logo em seguida, no primeiro pouso da subida, tem-se um curral de pedra que funcionava como um posto de fiscalização da coroa, e de onde se avista a amplitude do sertão.Portanto, em seus escritos, Saint-Hilaire identifica a antiga passagem dos vales do Jequitinhonha para o São Francisco como CURMATAÍ. Grafia que, intencionalmente ou não, omitiu uma das vogais em questão, (U) ou (I).De acordo com o Aurélio: Curumatá, de origem tupi, é a designação de diversas espécies de peixes do Amazonas e do Rio São Francisco e Curimatá é nome dado à zona das Caatingas, apropriada a criação de gado.Podemos deduzir, então, em concordância com o Sr. Haroldo Lívio, que o rio chama-se Curumataí - Rio do peixe Curumatá.Já a localidade, Curimataí. Topônimo provavelmente procedente de caatinga.De sobra, fuçando os dicionários tupi-guarani, acabei aprendendo que:Acarai é rio do acará ou cará; Anhangay: rio do diabo; Camboi: rio das vespas; Canguari: rio do extremo; Capivari: rio da capivara; Iguaçu: água grande, lago grande, rio grande; Iguatemi: rio verde escuro, rio sinuoso; Imerim: rio pequeno; Ipanema: rio, água ruim, imprestável, lugar fedorento; Ipiranga: rio vermelho; Irani: rio do mel; Iririu: rio da ostra; Itacorubi: rio das pedras esparsas; Itai-guaçu: rio da pedra grande; Itai-mirim: rio da pedra pequena; Itaipu: barulho do rio das pedras; Itajai: rio do taiá; Itinga: rio branco, água clara; Piauí: rios dos piaus; Pirai mirim : rio de peixe pequeno; Pirai piranga: rio do peixe vermelho; Pirai: rio do peixe; Sapucaí: rio das sapucaias; Tamanduatey: rio que faz muitas voltas, rio torto; Uruguai: rio dos caramujos; Guaíba: gua (grande) + y (água, rio)+ ba (lugar) = ´lugar de água grande´; Açaí: fruta que chora, fruta de onde sai líquido.E aí, quem conhece outros rios no norte de Minas que tenham nomes com sufixo e prefixo em (i)?
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima