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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Ele sofreu, Alex?
Machucou muito?
O que ele disse antes de morrer?
“Não me pergunte mais isso! Eu fiz tudo o que podia e sabia para salvá-lo, mas não consegui. Infelizmente não consegui”. Essa foi a resposta, em prantos (provavelmente vendo o amigo agonizando) de Alex, o intercambista norte-americano que estava no veículo dirigido por Ademar Tolentino Leal, de 22 anos, que capotou o carro por volta das 4 horas da manhã de domingo na estrada de Juramento. Alex é experiente salva-vidas e prestou os primeiros socorros ao irmão de coração, brasileiro. Quatro rapazes alegres e cantarolando deixaram Juramento, vindo de uma festa, com o intuito de, a alguns minutos, estarem de volta em seus lares. Um quebra-molas desviou o destino deles. O carro se desgovernou e o motorista, sem conseguir contê-lo, foi arremessado pela porta aberta no impacto, ribanceira abaixo. O motorista Leal (como era carinhosamente conhecido), não resistiu aos ferimentos.
Na ultima noite de sábado, ele não queria sair de casa, disse que queria curtir o carinho dos pais e terminar um serviço, que vinha executando há três dias no computador, para o pai. O jovem fazendeiro, depois de insistentes convites vindos pelo telefone celular, resolveu afinal sair, às 22h30min sem se despedir da mãe e informando ao pai que iria se encontrar com amigos, sem jamais supor que ficaria na curva do caminho. No enterro, comovente, a mãe pergunta ao filho, inerte: “Por que você saiu ontem, meu filho? Hoje, você não volta pra casa para dormir com a gente né? Pra quem, mamãe vai arrumar a caminha toda noite, pinguinho? O pai, ao final, agradece a multidão de amigos presentes: “Deus lhes pague por tanta força. A presença de vocês aqui, demonstra o quanto somos queridos e, apesar do pouco tempo que esteve aqui, Leal conseguiu fazer muitos amigos”. A salva de palmas, na hora do Ângelus ecoa e um amigo em prantos saúda o “Leal” companheiro: “valeu Leal”. Uma voz feminina carregada de fé e doçura canta: “ e ainda se vier, noites traiçoeiras, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo, o mundo pode até fazer você chorar, mas, Deus te quer sorrindo”... Dema e Lenice, pais do jovem Leal, seguem a vida com o corpo e a alma estraçalhados. Com a força Deus suportarão a ausência física do filho amado. O mesmo Alex, norte-americano salva-vidas que tentou em vão salvar a vida do ´irmão´ brasileiro, passa horas a fio enxugando, carinhosamente, as lágrimas da mãe do irmão que se foi.

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