Fato aconteceu, em menor escala, na Barragem de Brumadinho, em 2019: depois do forte terremoto, solo em área de mil quilômetros quadrados pode se comportar como líquido - advertem especialistas
Sábado 29/03/25 - 6h53Após o terremoto de magnitude 7,7 atingir o centro de Mianmar, o Serviço Geológico dos EUA alertou para o risco de liquefação do solo em uma área superior a 1.000 km², afetando mais de um milhão de pessoas.
A liquefação ocorre quando o solo saturado de água perde sua resistência devido ao tremor, tornando-se instável e se comportando como líquido.
O fenômeno pode causar desabamentos e deformações na superfície, agravando os danos estruturais. (Foi o que aconteceu na barragem de Brumadinho, segundo especialistas)
Embora menos letal que deslizamentos, a liquefação ameaça a infraestrutura do país, que tem estradas e pontes destruídas.
A ONU e a Cruz Vermelha anunciaram mobilização para auxiliar os atingidos, enquanto a junta militar de Mianmar declarou estado de emergência e pediu ajuda internacional.
BRUMADINHO
A tragédia da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, foi causada por um processo de liquefação estática.
Esse fenômeno ocorreu dentro dos rejeitos armazenados na barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale.
A liquefação estática acontece quando materiais granulares, como os rejeitos de mineração, perdem repentinamente sua resistência, transformando-se em um fluxo viscoso que se comporta como um líquido.
No caso de Brumadinho, a barragem não sofreu um rompimento convencional, mas sim um colapso estrutural interno causado pelo acúmulo de pressões nos rejeitos saturados.
Esse processo resultou em uma onda de lama que devastou a região em poucos minutos, causando a morte de 272 pessoas e gerando um dos maiores desastres ambientais e humanos da história do Brasil.