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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Uma usina eleitoral Vittorio Medioli - Jornal ´O Tempo´ O presidente da República inaugurou ontem, em Montes Claros, uma usina de biodiesel, foi muito aplaudido e falou do PAC. Enfiou a ´mineira´ Dilma Rousseff nessa façanha e puxou brasas para aquecer sua candidatura. Careceram, entretanto, de informações que separassem joio do trigo do empreendimento inaugurado, como convém a um estadista. Não explicou que a usina no aspecto econômico é uma estultice, no aspecto ambiental é um equívoco, em geral uma decisão açodada e não sustentável. Por quê? A decisão de realizá-la partiu da campanha de 2006 para acalentar aventuras eleitorais do PT na região. Os técnicos da Petrobras mostraram ao Planalto que era uma ´loucura´, mas venceram as pressões de deputados do partido, do então candidato ao governo de Minas, do ministro Patrus Ananias (filho da região), que, em geral, de biodiesel nada entendem. Lula decidiu impor a ´pirotecnia´ eleitoral cobrada a ele pelos companheiros. O bom era a frase ´vamos fazer biodiesel da mamona e resgatar a pobreza do semiárido´. Então, mamona cresce em qualquer lote, mas não presta para uma queima intensiva em motores a diesel. Tem viscosidade elevada. Produzi-la e colhê-la, ainda, custa caro. Sua cadeia produtiva exige investimentos elevados. Não bastassem as complicações no campo, a Petrobras exige receber dos produtores rurais o óleo, como se isso, em pequena escala, fosse possível, como ordenhar uma vaca. Venderam aos produtores a ideia de comprar prensas para extrair óleo de mamona, altamente tóxico e perigoso para a saúde humana. Mas flagelados pela seca não sabem disso. Tem mais: o óleo de mamona vale no mercado três vezes mais que o diesel. Dessa forma, a Petrobras vendeu uma viabilidade aloprada, como seria comprar um whisky de 18 anos para vendê-lo como conhaque Dreher. Sabia-se desde o começo que a mamona era um engodo eleitoral, que a usina era uma catedral no deserto. Montes Claros é uma localização logística claramente desastrosa. Compra-se óleo de soja em Mato Grosso e álcool metílico no exterior para produzir biodiesel em Montes Claros, que vai ser adicionado ao diesel produzido na refinaria de Betim. Dá-se a volta ao mundo. Também a Petrobras quando podia marcar um ponto ecológico se esquivou. Optou pela ´rota metílica´ ou pelo etanol não renovável. Pior, comprado no exterior quando poderia comprar como reagente o etanol, ambientalmente correto, produzido na região. A Petrobras se esquiva de fornecer custos de produção, mas o litro de biodiesel produzido em Montes Claros, certamente, passa de R$ 4 e com os impostos sobe para R$ 6. A geração de empregos alardeada na região é insignificante. Encontrar algo de positivo nesse empreendimento é uma parada árdua e se pensarmos nas tecnologias incipientes, como o Hbio, é provável que a usina, em dois anos, sirva apenas de monumento para lembrar o açodamento político da nossa era.

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