Homem que confessou a morte de duas meninas em Januária pode ter estuprado dez mulheres e matado outras duas
Sexta 08/05/09 - 8h Luiz Fernandes de Souza (foto), suspeito de matar a menina Clara Figueira (foto), de 11 anos, na comunidade de Barreirinha, em Januária, confessou friamente à polícia ter estuprado dez mulheres e assassinado quatro delas. Duas vítimas já foram identificadas: Clara Figueira, 11 anos, morta no último sábado, e Thais da Mota Xavier, de 12 anos, que estava desaparecida desde o dia 19 de outubro de 2005. A polícia investiga os casos. Luiz Fernandes, de 36 anos, é editor de imagens em Januária, e está detido na cadeia da cidade. A última vítima confessa de Luiz Fernandes, a menina Clara, desapareceu no último sábado, por volta das 16 horas. Um motociclista que passava próximo a Barreirinha ouviu gritos pedindo socorro, num matagal, e tentou intervir, mas Luiz o ameaçou e o mandou sair do local. Somente depois da notícia do desaparecimento de Clara é que o motociclista procurou a polícia e relatou o caso. Preso ao tentar fugir, Luiz Fernandes contou que também havia matado Thais da Mota Xavier, filha de um amigo dele.
CASO THAÍS
A edição de hoje do jornal “Estado de Minas” traz detalhes sobre a morte de Thaís Mota Xavier, de 12 anos, confessada por Luiz Fernandes. “Ele relata como a estuprou, esganou e arrastou o corpo para a beira de um riacho. Quatro meses depois do crime, ele voltou ao local para nadar com amigos e aproveitou para ver a ossada da garota”, disse a delegada de Mulheres de Januária, Gessiane Cangussu. O irmão de Thaís, o controlador de manutenção Leonardo Lopo, de 30 anos, ficou assustado com a confissão daquele que sempre foi considerado um amigo da família. “Corríamos risco sem saber de nada. Nunca desconfiamos, nesses anos todos, de que ele pudesse estar envolvido com o sumiço de minha irmã. Na semana passada, ele esteve em casa mexendo no computador. Tenho filhos pequenos e ele vivia dando presentes e dinheiro ao menino de 11 anos”, disse Leonardo. Em 2005, o acusado tinha uma loja de informática ao lado do bar do pai de Thaís. “Minha irmã estava indo a pé para casa, por volta das 19 horas, e encontrou Luiz Fernandes perto do mercado. Ele falou que meu pai a tinha mandado com ele buscar um dinheiro e ela acreditou. Ela foi levada para o mato, perto de um trevo na saída da cidade, onde foi estuprada e asfixiada”, contou Leonardo. “Durante vários dias, ele foi ao local do crime ver o corpo de minha irmã, que havia deixado coberto com folhas. Ele conta que, quando o corpo já estava em decomposição, foi mexer e o maxilar se soltou. Então, arrastou o corpo para o córrego, o atirou na água, mas, depois, o retirou”, disse o irmão de Thaís. Em 2005, Luiz Fernando foi preso acusado de tentativa de estupro, mas foi solto por falta de provas.