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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 2 de novembro de 2024
 

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Mensagem: ZÉ PAI DA MATA Zé Pai da Mata, ou Zé da Mata como era chamado nos anos 50, foi um galante namorador da terra de Figueira. Montes Claros vivia no romantismo dos seus cabarés e do Cassino Minas Gerais, que atraiam jogadores e notívagos de toda América Latina. Nesse ambiente, cresceu e viveu Zé da Mata. Era um galã ao estilo Marcelo Mastroiani, sempre bem vestido em tropical inglês ou linho S120 branco. Sapato de verniz em cromo alemão, cabelo penteado com Gumex e recendendo a Royal Briar. Oriundo do Brejo das Almas assim como o seu irmão Vicente Alves, ambos possuíam um talento natural. Os cabarés e “dancings” das noites montes-clarenses, fervilhavam como um “night club” da Broadway. A Boate Alhambra, exibia dançarinas vindas da Espanha e Zé da Mata provocava suspiros nas damas da noite. Causava um autêntico “frisson”, quando chegava. A sua cara de mau, aliado ao seu charme e elegância, provocava suspiros e arrasava corações! Como todo herói ou ícone tinha muitos amigos, mas, também, havia os invejosos que mordiam os lábios quando o viam passar. Com a chegada dos eletrodomésticos ao mercado em 1954, inclusive os modernos fogões a gás (até então só se usava fogão à lenha) e as geladeiras elétricas (as raras existentes eram movidas a querosene), Zé da Mata se tornou o maior vendedor dessas novidades eletrodomésticas. De acordo com a tese balzaquiana: as mulheres amam por excelência as contradições, as incoerências e os maus sujeitos. Assim, o mulherio só comprava com ele intermediando e indo pessoalmente supervisionar a instalação dos eletrodomésticos. Como estava enchendo os bolsos de dinheiro e botando o seu patrão rico, a concorrência resolveu jogar pesado. Contratou no submundo da cidade o pistoleiro João Tijolo, que passou a monitorar os movimentos da futura vítima. Aproveitando uma manhã em que Zé saiu do cabaré de ressaca e foi lavar o rosto na pia do bar de Nonda Lopes, o pistoleiro apoiou na calçada alta a mão armada e descarregou chumbo no nosso herói, matando-o. Eu estava passando pelo passeio na hora e me aproximei para ver de perto ao vivo e em cores o atentado. Biô Maia, que também estava presente no ambiente, antevendo um possível tiroteio me jogou no chão e deitou por cima do meu corpo me protegendo, pois eu era uma criança. Zé era considerado um valente e como atleta de ciclismo juntamente com o seu melhor amigo Budim Reis (atleta nadador de longa distância do Flamengo), eram contratados por um fabricante de bicicletas para fazerem demonstrações da marca e viagens de Montes Claros até Bom Jesus da Lapa. O nosso herói era raçudo aceitava desafios. As lâmpadas que iluminam a cruz da torre da nossa Catedral eram trocadas por ele. A praça se enchia de meninos para ver o ato de coragem. Fazia o serviço sem nenhuma proteção, para ele uma demonstração de machismo! O patrão do Zé, como era de personalidade forte, exibia pose de rico e era dado a encrencas, e sendo detestado por muitos foi acusado e julgado como culpado da morte do galã. A história, entretanto, na boca do povo sempre apresentou outra versão dos fatos. Alega a sabedoria popular que o condenado fora envolvido em uma trama urdida a poder do dinheiro pelo verdadeiro mandante, outro comerciante local. Nosso Zé morreu e o verdadeiro contratante de sua morte nunca foi condenado. Um inocente pagou por um crime que não cometeu fazendo a sua família sofrer com essa desdita. Há certas justiças que só acontecerão nos mundos espirituais. Lá se encontra o inocente que padeceu ao pagar pelo crime que não cometeu!

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