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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 2 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Chumbo trocado Waldyr Senna Batista Candidatos de outras regiões que aqui aportam em busca de votos são apelidados de paraquedistas. E os que têm base eleitoral nesta e vão tentar conquistar eleitores em outras regiões, que denominação recebem lá fora? A campanha em favor dos candidatos da região foi lançada, há mais de trinta anos, pela imprensa local, sob o prosaico argumento de que só eles teriam compromisso com o Norte de Minas e por isso seriam os únicos merecedores de apoio dos norte-mineiros. Os forasteiros chegavam, desviavam votos que iriam faltar aos naturais da área, e aqui não punham os pés nos quatro anos seguintes. Na teoria, essa “reserva de mercado”era uma maravilha de discurso, e os beneficiários dele aplaudiram. Mas, na prática, eles se revelaram como praticantes da mesma estratégia: sempre iam, e continuam indo a outras partes do Estado com igual propósito. O que é compreensível, já que o eleitorado local é diminuto em relação ao número de disputantes. E como ainda não vigora o sistema distrital, não há impedimento legal para essa prática predatória. Desde que em mão dupla. Com o detalhe de que ela envolve somas consideráveis de dinheiro. No passado não muito distante, foi notória e decisiva a participação de paraquedista na campanha eleitoral que escolheu o prefeito em Montes Claros. A partir de então, aspirantes à Prefeitura local que apresentam algum potencial de votos mas não dispõem de recursos financeiros, só põem a disputa na rua depois de escolher os “financiadores de campanha”, que passam a desfrutar de regalias na administração, ou mediante acordos com personagens inteiramente desconhecidos no município e na região. Para isso contribuiu também a insuficiência de concorrentes autênticos, ou a ausência eventual de algum deles sem que se formalizasse a transferência do espaço deixado a favor de alguém do Norte de Minas. Candidatos de outras regiões é que se aproveitaram e conseguiram conquistar os votos “flutuantes”. Alguns desses políticos, muito “jeitosos”, acabaram se integrando de tal forma no cenário regional, que, até hoje, continuam desfrutando de apoio que se tornou decisivo para a reeleição continuada deles. Foi assim que candidatos da região aprenderam a lição. Há deputados estaduais do Norte de Minas, votados em regiões distantes de suas bases, que já não mais se contentam em obter a reeleição pura e simplesmente. O objetivo deles agora é também alcançar votação cada vez mais expressiva, com que mostram prestígio junto ao Governo do Estado e reforçam seu poder de barganha. E isso não acontece apenas devido aos seus belos olhos. No momento, um deputado estadual, em campanha para Brasília, alardeia que será votado em praticamente todo o Estado, mesmo aonde ainda não chegou sua rede de empresas, e ninguém tem dúvidas quanto a isso. E o que se iniciou sob os melhores propósitos, por puro idealismo, resumiu-se em mera troca de chumbo. Quem tiver mais poder ($$) engole o outro. Alguns dos que eram tidos como “estrangeiros”, hoje desfrutam do privilégio de serem citados como integrantes da denominada “bancada do Norte de Minas”, na Assembleia e na Câmara dos Deputados. Isso os canoniza em definitivo. Mas vem em detrimento dos objetivos da proposta inicial. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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