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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Impressões de Viagens – I O mundo está se transformando com muita rapidez por causa da globalização e da informática. Vivemos num mundo saturado de informações. Viajar tornou-se um ato corriqueiro, e, cada viagem é uma história. Nunca pensei em conhecer a Escócia, mas como a família da minha filha Júnia está passando uma temporada por lá e a saudade apertou, me mandei para a terra dos Celtas e, na oportunidade, conhecer seus mistérios e suas lendas. Mineiro é modesto. Não gosta de falar de si, tem até cisma de ser assim. No entanto gostaria de compartilhar com meus leitores uma experiência onde abri minha alma para gozar plenamente as pequenas felicidades que a vida oferece. A Escócia não me era totalmente desconhecida, pois li todos os livros do escritor escocês A. J. Cronnin durante a juventude e, na maturidade, os livros água com açúcar de Rosamund Pilchen e muitos são passados naquele país. E lá fui eu rumo ao hemisfério norte, inverno como há muito não acontecia por lá, nevascas impressionantes que fecharam aeroportos, bloquearam estradas e paralisaram o Eurostar. Quem nunca sonhou com um natal com neve, como nos cartões de nossa infância? Vivi a experiência de um natal branco! Fantástico! Fiquei na Escócia um mês, tendo a oportunidade de conhecer o país em diversos aspectos. Quando viajo, tento conhecer os costumes, a alma do povo. Além de Glasgow, conheci Edimburgo, a capital, e, Inverness nas Terras Altas; cobertas de neve, árvores desnudas sem uma folha sequer, parecendo esculturas de cristais e nuvens. Em meio à brancura, pinheiros verdes que resistem a qualquer intempérie. Temperaturas em torno de 5 a 10 graus negativos. Viver é simples, a gente é que complica. Olhar a neve cair é viver. Molhar na neve é viver e eu não sabia. Andar na neve é viver. Em Minas, as montanhas não nos permitem ficar indiferentes a elas. Na Escócia, a mesma emoção: as montanhas, os campos, os povoados cobertos de neve, não vivesse eu nos trópicos. Como sou apaixonada por viagens de trem, pude satisfazer esse desejo viajando nos trens mais limpos e confortáveis que já conheci. A neve atrapalhou os horários britânicos, mas não os passeios; paravam em imponentes estações, construídas no princípio do século XX. O Reino Unido é imbatível em ferrovias. Em Glasgow desembarquei na Central Station, arquitetura característica do fim do século XIX e princípio do século XX. Um imenso relógio mostra as horas, linhas férreas de ambos os lados, ligando a Escócia às principais cidades do Reino Unido. Na saída da estação, uma estátua de um soldado com uniforme e máscara anti-gases me chama a atenção, e, na parede uma placa de bronze com o nome dos soldados escoceses mortos na 1ª Guerra Mundial. O país não deixa seu povo esquecer as tragédias que sofreu. Próxima à estação ferroviária, situa-se a estação rodoviária. Moderna, confortável e muito bonita. Harmonia entre o presente e o passado, característica de povos civilizados. Em seu “Hall” a escultura dos meus encantos, cujo nome é “O Beijo”. Lembram daquela fotografia tirada quando os aliados libertaram Paris na 2ª Guerra, a moça francesa beija e abraça o soldado americano, dobrando o joelho e ficando na ponta do pé. Tenho procurado a gravura dessa cena e nunca a achei; ao ver a escultura, meu coração bateu mais forte. Quis tirar uma foto ao lado, mas estava na hora de embarcar para Edimburgo. Fiquei triste como uma adolescente contrariada. Não abandonei minhas ilusões, pois quando as ilusões partem a gente continua existindo, mas pode ter deixado de viver... Continua... Carmen Netto Victória.

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