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Mensagem: O ronco deste teco-teco em M. Claros, agora. Será procurando brecha nas nuvens para achar a pista de pouso? Antigamente, quando os aviões voavam apenas orientados pelo rádio, quando o rádio funcionava, era comum esses longos sobrevôos, esperando que o ´tempo´ melhorasse para permitir a descida. À noite, então, era um ´deus-nos-acuda´. O ronco permanecia por angustiantes minutos, quase hora, e os poucos donos de carro tomavam a iniciativa de ir ao, repito, campo de pouso (ao lado do atual), para iluminar a pista com os faróis dos carros. Assim, o piloto aflito tinha condições de achar o aeroporto e descer. Lembro-me particularmente de uma noite, nos anos 60, quando o sobrevôo de angústia já passava de meia-hora, até que cessou - disperso na noite. O assunto foi parar na boca de todos, pedindo notícias, esclarecimento. Nos dias seguintes, vi no Jornal de M. Claros uma nota de primeira página. Era o líder pecuarista João Atayde agradecendo aos que foram espontâneamente ao aeroporto, na noite passada, iluminar com os carros a pista que afinal recebeu o aviãozinho peregrino da Bahia, vindo de uma exposição agropecuária. Eram românticos aqueles tempos mansos, suaves, gentis, de tosca poesia. Lembrança que este ronco acima das nuvens puxa, agora. Que, como sempre, este ´pássaro metálico´ engolfado pelas boas nuvens encontre brecha e desça, em paz. É do nosso costume.
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