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Mensagem: “COCK-TAIL” DE LAZINHO PIMENTA Dário Teixeira Cotrim A edição do jornal Gazeta do Norte, do dia nove de dezembro de 1955, publicava a programação do Cine Coronel Ribeiro – o filme O Vale dos Reis, estrelando Robert Taylor, Eleanor Parker e Carlos Thompson – e o Cine Nova Olinda – com o seriado Atirar para Matar, com Monte Hale – também iniciava, naquela mesma data, as publicações do Cock-Tail do saudoso colunista social Lazinho Pimenta. Com as suas crônicas sociais a nossa cidade tornava-se mais rica em todos os aspectos. Nas minhas pesquisas sobre o passado glorioso de Montes Claros, e atendendo o que determina o Estatuto do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, temos encontrado nos arquivos e nas gavetas, abandonadas na solidão dos tempos, preciosas informações sobre a formação da vida política, econômica e social da cidade. Lazinho Pimenta é, sem sombra de dúvida, uma preciosidade literária a ser estudada com minudência. Para registro e conhecimento de todos os montes-clarenses, vamos transcrever para cá, na integra, a primeira crônica publicada do saudoso confrade Lazinho Pimenta. Nota-se que a escrita de Lazinho é direta e leve. Ele tinha o poder de conquistar os seus leitores pelas palavras, haja vista o conteúdo de informações e os entretenimentos que existiam nos seus textos. Os Bailes das Debutantes do Norte de Minas, sempre documentados pelo Foto Rilson, aconteciam no Automóvel Clube de Montes Claros. Eram eventos que valorizavam e o seu povo e as suas tradições. Com as publicações do Cock-Tail, de Lazinho Pimenta, a sociedade montes-clarense gozava de prestigio social sem precedentes e do respeito político em todo Estado de Minas Gerais. Uma lacuna social que certamente nunca será preenchida. COCK-TAIL Lazinho Pimenta Amigo Leitor: você talvez nem leia esta crônica. Preocupado com as necessidades e atribulações da trepidante vida moderna, vai achar que o que aqui está escrito são futilidades, e que não lhes interessa saber se o fulano casou ou se o cicrano aniversariou. Entretanto, a crônica social tornou-se em pouco tempo uma coqueluche nos principais jornais do mundo inteiro. E se atentarmos para o fato de que o leitor distante de sua terra sente a necessidade de estar sempre a par das atividades do grand monde de sua cidade, a crônica social torna-se assim uma necessidade. E neste meu primeiro contacto com você, através das páginas amigas do mais velho e tradicional órgão da imprensa local, posso garantir que nestas despretensiosas, alegres, ligeiras e às vezes excitantes notas que bi semanalmente farei chegar até você. Seus olhos sempre curiosos de perguntas e convictos de ilusórias certezas serão plenamente correspondidos. E para começar, anunciamos que o casal Carlos Domiciano e Amélia Domiciano Saraiva, aconteceu dia 29 de novembro, em sua confortável residência com uma festa elegante e bonita, por ocasião do matrimônio de sua dileta filha Maria Aparecida com o distinto moço Bolívar Batista da Silva. Figuras representativas da nossa sociedade compareceram, sendo servida aos convidados uma lauta mesa de finos doces e salgados, segui8do de um animadíssimo baile que se prolongou até a madrugada. Uniram-se pelos sagrados laços matrimoniais o jovem José Figueiredo Veloso com a graciosa senhorita Maria do Carmo Silva. Conforme consta dos registros históricos da Revista Montes Claros em Foco, número 27, de dezembro de 1964, o Automóvel Clube de Montes Claros foi inaugurado nesta época com o VI Baile das Debutantes do Norte de Minas, coordenado por Lazinho Pimenta. Dentre as 41 debutantes destacava a beleza da jovem Marilene de Oliveira Mourão (a mais aplaudida), que foi, inclusive, a capa da Revista. Lazinho: muitas saudades. Marilene: os nossos parabéns!
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