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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: UM PASSEIO POR MONTES CLAROS José Prates Foi ao telefone, numa conversa de trinta minutos, que voltei a Montes Claros para conhecer a cidade nova, grande, bonita, mas, cheia de problemas. A conversa foi com Ludy que se apelida de Montes Claros, naturalmente pelo amor que nutre à cidade onde se fez gente e partiu para a luta. Hoje, cinqüentão, mora ali mesmo, no Leblon, zona sul, mas tem a linguagem do sertanejo que não morreu, o mineiro convicto das bandas do São Francisco. Sotaque não tem porque o carioquismo tomou conta do modo de falar. Conversamos muito e nessa conversa Montes Claros estava presente com seus problemas de cidade grande, principalmente a violência que virou moda nos grandes centros, seja lá onde for. Não queríamos falar de problemas, mas, andarmos pela cidade e foi o que fizemos: saímos do O Jornal de Montes Claros, na Rua Dr. Santos, passamos pelo bar do Zé Periquitinho, descendo pela praça do mercado, sentarmos num daqueles bancos e ficamos olhando o povo passar. Depois, fomos devagar, cruzando a praça de automóveis, chegamos ao Ducho, na banca de jornais com o nome de Thais. Foi um dedo de prosa e seguimos até a Agencia da Nacional, perto do Consultório do Dr. Hermes de Paula. Vindo de baixo, acho que da Matriz, encontramos Guarinelo, filho do Juiz dr. Ariosoto e jogador do Atendeu. Entramos na agencia, conversamos com João Leopoldo e juntos fomos tomar um refresco no Café Galo, para depois fazer uma visita à Casa Ramos, na antiga Rua Quinze que mudou de nome. Subimos a Rua Camilo Prates, dobramos à esquerda naquela rua... Me esqueci o nome. Fomos até a Avenida Francisco Sá. Entramos na Catedral pra uma oração rápida. Saímos e subimos passando pelo velho Tiro de Guerra, subindo a rua Melo Viana, atravessando a linha. Fomos andando devagar, cumprimentando um e outro que cruzava conosco: essa coisa de sertanejo, gente educada socialmente. Mais adiante, fizemos uma parada em frente ao Cine Ipiranga pra ver o cartaz do filme de cowboy “Os brutos também amam,” estrelado por Jonh Wayne. A caminhada longa, não nos pareceu assim por que a cada encontro era uma festa de alegria. Até chegar aos morrinhos demorou um pouco porque pára aqui, pára acolá, encontra com um, encontra com outro foi “um Deus no acuda”. Estávamos cansados quando chegamos. O ádrio da Igrejinha estava vazio, porque não era um domingo, mas, a porta aberta convidava-nos a entrar. Não entramos. Ficamos ali contemplando a cidade aos nossos pés: bonita, majestosa. Ficamos a recordar a nossa juventude, os momentos de alegria, de prazer que cada um de nós teve naquele lugar; a emoção contida nos encontros inocentes e alegres de uma juventude que não se lembrava do ontem nem queria pensar no amanhã, mas, simplesmente viver intensamente o hoje. Sentados na base do cruzeiro, contemplando a cidade aos nossos pés, conversamos um pouco para logo nos despedir. Cada um tomou seu rumo e, hoje, nos encontramos ao telefone, coincidentemente, moradores da mesma cidade. (José Prates, 81 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores).

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