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Mensagem: HERMÍNIO, DILO PÉ DE ANJO E OUTROS NOTÍVAGOS. Hermínio Toffani, dinâmico vendedor de bebidas de antanho e mestre numa jeremiada, se achava o galã da mulherada que pululava nas românticas noites da nossa terra de Figueira. Só dava ele no pedaço! As vedetes do Cassino Minas Gerais suspiravam ao vê-lo passar na garupa de sua bela moto Harley Davidson, com um reclame pintado em letras garrafais no tanque de combustível, em que se lia: “Azar pra mim é festa” e ”Cemitério é terra de bons”. Procurando sarna para se coçar, enquadrou-se no provérbio árabe: “De tanto ir à fonte, um dia o cântaro quebra.” Abastecia sua moto no posto de “seu” Quinzim, quando um pau mandado lhe deu uma pitombada de 38 na bochecha! Mudou-se para Mato Grosso e lá foi comido (via oral), pelos índios ainda selvagens. Dilo Barbeiro, ou Dilo Pé de Anjo, outro galã tupiniquim que arrasava corações de mal amadas suburbanas. Não perdoava um rabo de sáia. Mulher para ele era na alcova ou no chinelo. Amasiou-se com uma nissei e foi viver no bairro Funcionários. Insaciável na alcova pulava o muro na calada da noite e pilotava um chofer de fogão do vizinho. O dono do material já desconfiado, montou campana noturna. Alta madrugada, o pé de pano barbeiro saltou o obstáculo e logo o vigilante patrão deu o grito: “Quem está aí? Fala ou leva chumbo!” Esperto que nem coelho e estando no escuro, Dilo saltou de volta ao seu quintal e retrucou: “Se ele pular aqui, corto-o no facão compadre!”. Naqueles bons tempos, o Cassino Minas Gerais fervilhava como um “nigth club” da Broadway. Na sua luxuosa pista sintecada, num ambiente luxuriante, rolavam corpos de estrelas das noites montes-clarenses, rainhas da alcova. A imponente e estonteante Aurora, a bela Casimira, a animada Ana Reis, Belinha e o seu charme sensual. Analhinha, a fatal. Os notívagos da noite, João Estrelinha, o elegante Nivaldo Maciel, Reinaldo Higino, o farrista Salvador de Juca de Chichico. Mário de Quinzim chamava a atenção pelos seus bem cortados ternos de Casimira Aurora. Até o malandro Par ou Impar fazia pose elegante, ostentando um S120 branco, tropical inglês, “Yorkshire” ou o super Pitex 1504. Outros tecidos usados na confecção dos elegantes ternos modelo Sacaraveli, eram: Sargelin, Sargelim Aurora, S129, S120 Pele de Ovo, e o Maracanã comprado na Casa Colombo. Píndaro Figueiredo era considerado o mais elegante e luxuoso montes-clarense. À época, no ar aspirava-se a fragrância de perfumes franceses, “Nuit de Noel”, “Lorigan”, “Amour amour”, “Fleur de Rocaille” “Dioríssime” e até mesmo um “Le D”, uma maravilha produzida pelo perfumista francês Dior e que era, inclusive, o preferido de Jacqueline Kennedy. Além de muitos outros, todos importados. Cavaleiros calçavam sapatos Scatamachia de duas cores, em cromo alemão ou mesmo de pelica, esse último confeccionado pelo nosso grande mestre Penalva.
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